O ministro da Defesa do Japão renunciou nesta terça-feira devido a declarações que pareciam justificar os ataques com bombas atômicas em Hiroshima e Nagasaki, em novo escândalo que afeta o governo antes das eleições deste mês.
No sábado, o ministro Fumio Kyuma afirmou que os bombardeios nucleares dias antes da rendição japonesa na Segunda Guerra Mundial "não poderiam ter sido evitados".
Os índices de aprovação do primeiro-ministro Shinzo Abe já haviam caído por causa da irritação pública com o que é visto como mau gerenciamento da Previdência.
Abe indicou a assessora de segurança nacional Yuriko Koike, 54, ex-ministra do Ambiente que fala inglês e árabe, para o lugar de Kyuma. Ela se tornará na quarta-feira a primeira mulher a assumir a Defesa do Japão.
"Lamento que os meus comentários causaram problema. Sinto muito", disse a repórteres Kyuma, cujo distrito eleitoral inclui Nagasaki.
Kyuma desculpou-se diversas vezes pelas declarações, e Abe tentou reduzir as críticas com uma bronca ao ministro de 66 anos.
Mas partidos de oposição, que tentam aproveitar a vantagem antes do pleito legislativo de 29 de julho, mantiveram a pressão pela renúncia do ministro.
Kyuma é o segundo ministro a renunciar desde que Abe assumiu o cargo, em setembro.
Mais de 360 mil pessoas morreram em consequência das bombas atômicas em Hiroshima e Nagasaki, em agosto de 1945, pouco antes da rendição japonesa na Segunda Guerra Mundial.