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O regime de Cuba demitiu Alejandro Gil do cargo de ministro da Economia em meio à implementação do maior plano de ajuste econômico do país em décadas, informou nesta sexta-feira (1º) a rede de televisão estatal cubana.
A demissão de Gil, que estava no cargo desde 2018, ocorreu dois dias depois da ditadura adiar, por tempo indeterminado, o aumento dos preços da gasolina em 400%, uma das principais medidas do pacote anunciado em dezembro e que inclui cortes nos subsídios, aumentos nas tarifas de transporte e serviços como energia, água e botijões de gás liquefeito.
Ela também foi anunciada um dia depois do regime de Havana adiar até novo aviso o aumento de até 400% no preço das tarifas de ônibus interprovinciais, 600% no caso das tarifas ferroviárias e 468% para voos internos.
O grande plano de choque do regime de Miguel Díaz-Canel - criticado por especialistas independentes - busca reverter o rumo da economia do país, que terminou 2023 com uma queda no PIB entre 1% e 2% e tem um déficit fiscal projetado para este ano de 18,5%. Além disso, o turismo ainda não atingiu os números que alcançava antes da pandemia de covid-19.
O agora ex-ministro da Economia estava à frente da pasta desde a entrada em vigor da grande reforma monetária de 2021, que pôs fim à moeda dupla em Cuba. Nas últimas semanas, o próprio governo reconheceu publicamente que a reforma "não atingiu seus objetivos".
Desde então, o câmbio entre o peso cubano (CUP) e o dólar americano - que é de 24 CUPs por dólar para pessoas jurídicas e 120 CUPs para pessoas físicas no mercado oficial - disparou no mercado paralelo, chegando a 290 CUPs nesta sexta-feira.
Substituto
O substituto de Gil será Joaquín Alonso Vázquez, até agora ministro presidente do Banco Central de Cuba (BCC), informou em nota o Conselho de Estado cubano.
Já a nova presidente do BCC será Juana Lilia Delgado Portal.
O regime de Cuba também fez mudanças em outros ministérios. No de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente, Elba Rosa Pérez Montoya, que ocupava o cargo desde 2012, foi demitida e substituída por Eduardo Martínez Díaz, que era presidente do Grupo Empresarial BioCubaFarma, uma entidade estatal.
Além disso, Manuel Santiago Sobrino deixará o posto de ministro da Indústria Alimentícia. Para o lugar foi nomeado Alberto López Díaz, governador da província de Villa Clara.