O ministro de Justiça da Líbia, Mustafa Abdel-Jalil, renunciou nesta segunda-feira (21) em protesto ao "uso excessivo da força contra manifestantes desarmados", segundo o jornal local Qureyna. A Federação Internacional pelos Direitos Humanos afirmou que várias cidades do país, incluindo Benghazi e Sirte, estão sob controle dos manifestantes contrários ao governo.
O primeiro-ministro da Inglaterra, David Cameron, que está no Egito, disse que a repressão aos protestos na Líbia é "apavorante". "Nós podemos ver o que está acontecendo na Líbia, que é completamente apavorante e inaceitável, com o regime usando as mais perversas formas de repressão contra o povo, que quer o progresso do país, um dos mais fechados e autocráticos do mundo", comentou.
O filho do líder Kadafi, Saif al-Islam Kadafi, falou nas primeiras horas desta segunda-feira na televisão estatal, segundo a rede Al-Jazira. Ele afirmou que o líder permanece no país e tem o apoio do exército. Além disso, advertiu para o risco de uma "guerra civil", caso prossigam os protestos contra o coronel, que está há 42 anos no poder. Escolas, escritórios do governo e a maioria das lojas estão fechados nesta segunda na capital Trípoli, que tem 2 milhões de habitantes.
Saif prometeu uma conferência sobre reformas constitucionais em dois dias e disse que se não houver acordo pode haver uma ocupação "do Ocidente" no país. O filho de Kadafi disse que não ocorrerá na Líbia o mesmo que no Egito e na Tunísia, onde protestos derrubaram líderes que estavam havia décadas no poder. "A Líbia é diferente, se houver protestos ela se dividirá em vários Estados", previu. Ele disse que seu pai e as forças de segurança vão lutar "até a última bala".
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