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O ministro do Interior, Justiça e Paz da Venezuela, Diosdado Cabello, que também é considerado o número 2 do chavismo, disse nesta segunda-feira (6) que 125 pessoas de diversas nacionalidades foram detidas no país após as eleições presidenciais de 28 de julho do ano passado por supostas ligações com “planos terroristas” que ele associa à oposição que denunciou a fraude realizada pelo Conselho Nacional Eleitoal (CNE) no pleito. O ditador Nicolás Maduro foi anunciado como vencedor da disputa, sem que o CNE divulgasse os resultados eleitorais detalhados, como determina a lei.
Em entrevista coletiva transmitida pela emissora estatal de televisão VTV, Cabello disse que até agora 125 indivíduos, que ele considera como “mercenários”, foram presos. Elessão colombianos, americanos, peruanos, espanhóis, italianos, uruguaios, ucranianos, suíços, tchecos, holandeses, israelenses, alemães, argentinos, guianenses e iemenitas.
Cabello afirmou que, após a prisão, essas pessoas têm testemunhado e apontado que receberam financiamento do “narcotráfico e do narcoparamilitarismo colombiano, vindo de Álvaro Uribe e Iván Duque [ex-presidentes da Colômbia], que é o financiamento que [a líder opositora venezuelana] María Corina Machado recebe”.
“Essas pessoas [oposição] não têm um plano eleitoral, elas têm um plano para tomar o poder, elas não acreditam em eleições”, acrescentou.
Cabello reiterou que na próxima sexta-feira (10), dia da posse, o ditador Nicolás Maduro assumirá oficialmente o Executivo para iniciar um terceiro mandato à frente da Venezuela, no período de 2025 a 2031, “sem nenhum tipo de problema”.
“Vamos garantir a paz, tenham certeza de que assim será, estamos comprometidos com a paz deste país e, saudável recomendação àqueles que pensam que podem, vão se dar muito mal, seremos implacáveis”, acrescentou.
Neste domingo (5), Cabello realizou uma “inspeção” para verificar os pontos de segurança em Caracas antes da posse do ditador chavista, de acordo com vídeos divulgados pelo Ministério do Interior.
O ministro disse que os agentes da Direção Geral de Contrainteligência Militar (DGCIM), do Serviço Bolivariano de Inteligência (Sebin) e da Polícia Nacional Bolivariana (PNB) permanecem mobilizados para garantir a segurança.
O Executivo venezuelano anunciou na última sexta-feira (3) que havia mobilizado 1,2 mil militares em todo o país com o objetivo de “garantir a paz” durante o período que antecede a posse da presidência.
O opositor Edmundo González Urrutia, vencedor de fato das eleições, segundo atas oficiais divulgadas pela oposição, tem manifestado desejo de retornar à Venezuela no dia 10 para ser empossado como presidente legítimo do país, mesmo correndo risco de ser preso.
González está realizando uma série de viagens por países das Américas e já recebeu apoio dos presidentes de Argentina, Javier Milei; Paraguai, Santiago Penã; Lacalle Pou, do Uruguai; e Joe Biden, presidente dos EUA.