Colômbia
Presidente eleito quer reatar laços comerciais
Agência Estado
O presidente eleito da Colômbia, Juan Manuel Santos, que tomará posse em 7 de agosto, buscará restaurar os laços comerciais com a Venezuela quando ocupar o cargo> A informação foi dada ontem por seu futuro ministro de Finanças, Juan Carlos Etcheverry.
"O que nós vamos buscar é restabelecer o máximo de comércio que for possível, o mais breve possível", disse Etcheverry. No meio tempo, o governo colombiano tentará ajudar as empresas que foram afetadas pela queda das transações comerciais.
No final de 2009, logo após conflitos diplomáticos entre a Colômbia e a Venezuela, o governo venezuelano quase fechou a fronteira à entrada dos produtos colombianos. A Venezuela foi o segundo maior mercado para os produtos colombianos, mas as exportações colombianas ao vizinho atualmente caíram em cerca de 70%.
O ex-presidente argentino Néstor Kirchner preparava-se para enfrentar ontem seu primeiro desafio como secretário-geral da União das Nações Sul-americanas (Unasul) ao reunir-se com Santos para analisar a crise.
Santos que até agora optou por não fazer declarações sobre o conflito entre os dois países desembarcaria na noite de ontem em Buenos Aires. Sua breve agenda na capital argentina consistia em uma reunião com a presidente Cristina Kirchner na Casa Rosada, o palácio presidencial, e em um jantar com Kirchner, presidente da Unasul.
O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, indicou que espera sinais "claros" de Santos, o novo presidente colombiano.
No dia 5 de agosto Kirchner terá uma reunião com Chávez em Caracas. Dali, no dia seguinte, partirá para Bogotá, onde se encontrará com o colombiano Alvaro Uribe, que estará em seu penúltimo dia no cargo de presidente.
O chanceler venezuelano Nicolás Maduro se reuniu ontem com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para discutir uma proposta de paz entre Venezuela e Colômbia. Maduro não quis revelar detalhes do plano, mas disse que irá discuti-lo com outros países da América do Sul até a próxima quinta-feira, data da reunião de ministro da União de Nações Sul-americanas (Unasul), em Quito, no Equador.
"Trouxemos ao presidente Lula uma mensagem do presidente [da Venezuela, Hugo] Chávez e um conjunto de informações", disse Maduro a jornalistas logo após a reunião, em Brasília. De acordo com ele, o presidente venezuelano Hugo Chávez avalia que é necessária a formulação de um plano para "consolidar a paz na nossa região."
Chávez anunciou o rompimento das relações com a Colômbia em resposta às acusações do embaixador colombiano na OEA (Organização dos Estados Americanos), Luis Alfonso Hoyos, de que a Venezuela abriga pelo menos 87 acampamentos de guerrilheiros colombianos.
Hoyos apresentou vídeos, fotos e testemunhos que provariam que o presidente venezuelano tem conhecimento e permite a presença de integrantes das guerrilhas colombianas Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) e Exército de Libertação Nacional (ELN) na Venezuela.
ONU
A Venezuela disse ontem na Organização das Nações Unidas (ONU) que rompeu as relações diplomáticas com a Colômbia porque o país vizinho preparava uma agressão militar contra seu território, com apoio dos EUA.
O representante venezuelano na ONU, Jorge Valero, reuniu-se por cerca de meia hora com o secretário-geral da organização, Ban Ki- Moon. Ele explicou a posição do governo de Chávez e entregou uma carta a ser distribuída aos outros países-membros da ONU.
A carta denuncia um suposto "plano agressivo contra a soberania e a integridade territorial da Venezuela, impulsionado pelo presidente da Colômbia, Alvaro Uribe, em cumplicidade com o governo dos EUA".
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