O chanceler venezuelano Nicolás Maduro se reuniu ontem com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para discutir uma proposta de paz entre Venezuela e Colômbia. Maduro não quis revelar detalhes do plano, mas disse que irá discuti-lo com outros países da América do Sul até a próxima quinta-feira, data da reunião de ministro da União de Nações Sul-americanas (Unasul), em Quito, no Equador.
"Trouxemos ao presidente Lula uma mensagem do presidente [da Venezuela, Hugo] Chávez e um conjunto de informações", disse Maduro a jornalistas logo após a reunião, em Brasília. De acordo com ele, o presidente venezuelano Hugo Chávez avalia que é necessária a formulação de um plano para "consolidar a paz na nossa região."
Chávez anunciou o rompimento das relações com a Colômbia em resposta às acusações do embaixador colombiano na OEA (Organização dos Estados Americanos), Luis Alfonso Hoyos, de que a Venezuela abriga pelo menos 87 acampamentos de guerrilheiros colombianos.
Hoyos apresentou vídeos, fotos e testemunhos que provariam que o presidente venezuelano tem conhecimento e permite a presença de integrantes das guerrilhas colombianas Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) e Exército de Libertação Nacional (ELN) na Venezuela.
ONU
A Venezuela disse ontem na Organização das Nações Unidas (ONU) que rompeu as relações diplomáticas com a Colômbia porque o país vizinho preparava uma agressão militar contra seu território, com apoio dos EUA.
O representante venezuelano na ONU, Jorge Valero, reuniu-se por cerca de meia hora com o secretário-geral da organização, Ban Ki- Moon. Ele explicou a posição do governo de Chávez e entregou uma carta a ser distribuída aos outros países-membros da ONU.
A carta denuncia um suposto "plano agressivo contra a soberania e a integridade territorial da Venezuela, impulsionado pelo presidente da Colômbia, Alvaro Uribe, em cumplicidade com o governo dos EUA".