O ministro interino de Finanças grego, Gikas Hardouvelis, afirmou neste sábado, véspera das eleições gerais, que a "troika" (FMI, Banco Central Europeu e Comissão Europeia) deve retornar a Atenas "o mais rápido possível".
As declarações foram feitas depois de seu encontro com o primeiro-ministro grego, Antonis Samaras, que, segundo ele, serviu para preparar a reunião do Eurogrupo da próxima segunda-feira.
O ministro afirmou que na reunião foi analisada também a decisão "positiva" do Banco Central Europeu tomada na quinta-feira passada para a compra em massa da dívida soberana. De acordo com Hardouvelis, isso demonstra que é necessário terminar brevemente a avaliação do programa de resgate suspenso após a convocação de eleições.
A participação da Grécia em um programa de ajuda depende de se beneficiar desse programa de compra de bônus soberanos. O país obteve uma prorrogação da parte europeia de resgate até o final de fevereiro, da qual dependerá o desembolso do último lance europeu da ajuda no valor de 1,8 bilhões de euros.
Entre as ajudas da zona do euro e do Fundo Monetário Internacional (FMI) - seu respaldo continua até o final do primeiro trimestre de 2016 -, a Grécia deve receber ainda um total de 7,2 bilhões de euros.
Na reunião do Eurogrupo, da qual Hardouvelis participará como ministro interino, seria possível avaliar a possibilidade de estender a vigente prorrogação para dar ao novo governo um maior prazo para a negociação, segundo fontes da Comissão Europeia em Bruxelas.
Primeiro-ministro interino, Antonis Samaras afirmou ontem em seu último ato de campanha que, caso vença as eleições, seu governo não precisará de novos prazos, pois finalizará as negociações no final de fevereiro.
Por sua vez, o líder da Syriza, Alexis Tsipras, lamentou em entrevista transmitida ao vivo por todas as redes de televisão que Hardouvelis não tenha recebido ontem o especialista econômico esquerdista, Giannis Dragasakis, para falar sobre a reunião do Eurogrupo e tenha se limitado a uma conversa por telefone.
Indiretamente, Tsipras pediu uma extensão da prorrogação caso a Syriza ganhe as eleições ao afirmar que esperava conseguir até o próximo semestre um acordo com os credores.
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