Após a renúncia do primeiro-ministro Yukio Hatoyama, ontem, o Partido Democrático do Japão (PDJ) lançou imediatamente um processo para selecionar seu novo líder, que será o próximo primeiro-ministro do país. A sigla se apressa para se preparar para importantes eleições nacionais na Câmara Alta, marcadas para o mês que vem.
O ministro das Finanças, Naoto Kan, foi o primeiro a anunciar a decisão de concorrer ao cargo. Sua vitória, esperada, deve torná-lo o segundo primeiro-ministro do PDJ desde a histórica vitória desse partido nas eleições gerais de agosto passado. Ele também se tornará o quinto premier japonês em menos de quatro anos.
Um importante membro do PDJ e com mais de três décadas no Parlamento, Kan, de 63 anos, é visto como a opção mais segura para o partido. A primeira tarefa do novo líder será acalmar o eleitorado, descontente com a promessa não cumprida de reduzir a presença militar dos Estados Unidos na ilha de Okinawa e também com os escândalos envolvendo financiamento político, que ajudaram no afastamento de Hatoyama.
"Durante o breve período sob o primeiro-ministro Hatoyama, nós não fomos capazes de cumprir as expectativas apresentadas a nós pelos eleitores", reconheceu Kan, falando a repórteres. "Eu gostaria de assumir o trabalho e garantir que isso seja feito." Os parlamentares do PDJ escolherão um novo líder amanhã.
Crise
Hatoyama sofria com índices de aprovação cada vez piores, afetados pela perda de um partido na coalizão governista, por causa do fracasso em relação às tropas dos EUA em Okinawa. O político ficou apenas oito meses no posto, após o PDJ vencer prometendo mudança para o estagnado cenário político local e reativar a economia. O novo líder também precisará ter um programa claro para a economia japonesa e convencer investidores globais sobre a liderança política do Japão.