O ex-ministro de Relações Exteriores de Portugal, Paulo Portas: decisão "irrevogável"| Foto: REUTERS / José Manuel Ribeiro

O ministro de Relações Exteriores de Portugal, Paulo Portas, renunciou ao cargo nesta terça-feira (2), após desentendimentos com o primeiro-ministro Pedro Passos Coelho, defensor das medidas de autoridade. A demissão de Portas ocorre um dia após o ministro das Finanças, Vitor Gaspar, também deixar seu cargo.

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A decisão, segundo a carta entregue por Portas ao gabinete do primeiro-ministro, é "irrevogável. De acordo com o site do português "Jornal de Negócios", a gota d'água para a saída de Portas foi a escolha de Maria Luís Albuquerque para substituir Gaspar. Segundo Portas, a nova ministra dará continuidade à política vigente, enquanto sua expectativa era de alguém que pudesse operar uma mudança política.

Em pronunciamento nesta terça-feira, Coelho afirmou que não aceita a demissão de Paulo Portas. Ele também afirmou que "não abandona seu país".

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"A ameaça de instabilidade política comporta riscos para o país que teriam consequências muito graves. Os sacrifícios dos portugueses seriam deitados por terra. Seria recusar os primeiros - ainda que tímidos - sinais da virada econômica. Seria precipitado aceitar o pedido de demissão de Paulo Portas. Não pedi ao senhor Presidente da República a exoneração do ministro de Estados e dos Negócios Estrangeiros", disse o primeiro-ministro.

Recessão

Em meio à crise na Europa, Portugal está há dois anos em recessão. O desemprego está na casa dos 18%, nível recorde. Para o fim do ano, a expectativa é que a economia portuguesa encolha 2,3%.