Otimismo
Por telefone, presidente diz que recuperação está acelerada
Hugo Chávez, presidente da Venezuela, entrou em contato ontem, pelo segundo dia seguido, com a televisão estatal do país. Ele declarou, na chamada feita a partir de Cuba, que já consegue caminhar.
"Informo a todos que continuo me recuperando aceleradamente. Já almocei, e faço a dieta do restabelecimento."
Chávez foi operado na segunda-feira de uma lesão na mesma região de que retirou tumor em junho de 2011.
O presidente segue exercendo suas funções, e agradeceu os "tantos apoios", indicando que "começa de novo a levantar voo". Ao despedir-se afirmou não poder retardar seu tratamento de recuperação por nem sequer um minuto.
"Estarei com todos vocês [durante] os dias, meses e anos que me restam de vida", afirmou o mandatário venezuelano durante o telefonema.
O presidente transmitiu ontem instruções sobre a nomeação de uma nova direção de uma empresa estatal e sobre um projeto de aliança com uma companhia chilena.
O ministro da Informação da Venezuela, Andrés Izarra, descartou ontem a substituição de Hugo Chávez por um outro candidato na eleição presidencial de outubro devido ao tratamento contra um câncer que sofre o mandatário. "Isso não está colocado. Já vão ver", afirmou o representante do governo, em entrevista ao jornal El Nacional.Izarra disse que também não há previsão que seja decretada a ausência temporária de Chávez para que o vice-presidente, Elías Jaua, assuma, porque o líder "está em plenas faculdades para seguir no poder". "A agenda política e de governo continuarão avançando pela mão e sob as orientações e instruções do presidente Chávez em seu processo de recuperação".
"Intrigas"
Izarra afirmou aindaque as informações divulgadas pelo Wikileaks de que o presidente Hugo Chávez teria apenas um ou dois anos de vida são "pura intriga" e defendeu que ele pode exercer plenamente o poder.
Izarra classificou como "terrível" e "pura intriga" o que os relatórios dizem. "O presidente decidiu reservar o tema e ser ele mesmo seu porta-voz, porque não é algo que pode ser informado irresponsavelmente. Ele quis sempre informar com os dados na mão", disse o ministro.
Chávez viajou há uma semana a Havana, onde na segunda-feira extraiu uma "lesão pélvica" e o tecido que a circundava, segundo informou o vice-presidente Elías Jaua.
Segundo informações oficiais e do próprio Chávez, que foi autorizado pela Assembleia Nacional a se ausentar do país e não delegar o poder, ele se recupera "aceleradamente" da intervenção.
Ainda não foi informado o tempo que o presidente permanecerá na ilha nem mais detalhes sobre a natureza da lesão ou do tipo de tratamento que ele deve receber.
O Wikileaks publicou na segunda-feira e-mails da empresa de segurança Stratfor Global Intelligence, nos quais havia menções à saúde de Chávez com base em uma fonte "muito bem conectada que trabalha com Israel".
Segundo essas informações, médicos da Rússia que supostamente trataram de Chávez lhe deram "menos de um ano de vida" enquanto os médicos cubanos "lhe dão dois".
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