O ministro do Interior da Eslováquia Robert Kalinak anunciou nesta segunda-feira (12) sua renúncia ao cargo, em meio a protestos de rua que pediam sua demissão.
Os manifestantes pedem uma análise independente sobre a morte de um jornalista que investigava corrupção no país e que já tinha feito reportagens denunciando o ministro -a pasta do Interior é a responsável por conduzir o caso.
A saída de Kalinak, que também era o vice-premiê, foi exigida pelo Most-Hid, (partido ligado a minoria húngara) que faz parte da coalizão do premiê Robert Fico e que ameaçava deixar o governo caso não tivesse sua demanda atendida.
A saída da sigla da coalizão poderia levar a queda de Fico e a convocação de novas eleições, uma das exigências dos manifestantes. Na última sexta (9), cerca de 50 mil eslovacos participaram de atos contra o governo na capital Bratislava e em outras cidades.
Foi a maior manifestação no país desde que a Eslováquia se separou da República Tcheca em 1993.
Caso
Os protestos começaram após o jornalista investigativo Jan Kuciak e sua noiva Martina Kusnirova terem sido encontrados mortos com marcas de tiro no dia 25 de fevereiro na casa onde moravam em Velka Maca (45 quilômetros a leste de Bratislava).
A polícia acredita que o crime está ligado a uma reportagem que Kuciak fazia sobre a ligação entre empresários locais e a Máfia italiana.
Em um artigo anterior, o repórter já tinha mostrado a ligação do ministro Kalinak com um empreendimento suspeito de fraude fiscal em Bratislava. Na ocasião, manifestantes também pediram a saída dele do governo, mas o premiê, que é seu aliado, o manteve no cargo.
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Dessa vez, porém, a pressão foi maior e Kalinak decidiu apresentar sua renúncia nesta segunda. "Assim, espero contribuir para a estabilização da situação na Eslováquia", disse ele.
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