O ministro de Relações Exteriores do Peru, José Antonio García Belaúnde, reiterou nesta terça-feira (16) as acusações de que o presidente boliviano, Evo Morales, incitou a violência de indígenas na Amazônia peruana. Ele qualificou Morales como "um inimigo" do Peru. A crise entre o governo peruano e os indígenas amazônicos já tem efeitos no gabinete do presidente Alan García. Nesta terça, o primeiro-ministro (chefe do Conselho de Ministros) peruano, Yehude Simon, disse que deixará o cargo quando terminar a crise política com os indígenas.
"Creio que Evo esteve incitando a violência em Bagua, como disse o presidente (peruano) Alan García. Não se pode chamá-lo de nada mais que inimigo, se em três anos atacou insistentemente o Peru" afirmou García Belaúnde, em declarações de Lima à rádio Cooperativa, de Santiago, a capital chilena. O ministro qualificou as acusações de genocídio de Morales como "intoleráveis, uma falta de respeito à nação peruana". Segundo ele, não se pode especular sobre um eventual rompimento das relações diplomáticas. Porém, disse, "é muito difícil entender a animosidade de Evo".
O chanceler peruano negou que haja mais indígenas mortos do que o divulgado por fontes oficiais. Ele afirmou que a líder indigenista Daisy Zapata "mente" ao sustentar que haveria uma centena de mortos. No último dia 5, policiais tentaram desbloquear uma rodovia tomada por 4 mil indígenas. A ação terminou em um confronto que deixou 24 policiais e nove civis mortos, cinco deles indígenas, segundo dados oficiais.
Os indígenas protestam contra decretos que, na opinião deles, retira o poder das comunidades originárias sobre suas terras e abre caminho para que multinacionais as explorem. Na semana passada, o Congresso suspendeu os dois decretos e nesta segunda, o governo peruano se comprometeu a enviar ao Congresso um projeto para derrubar os decretos que deflagraram a crise no Departamento (Estado) de Amazonas.
Saída
O primeiro-ministro do Peru, Yehude Simon, anunciou nesta segunda que pretende deixar o cargo assim que termine a crise entre o governo e os indígenas no país, informou o jornal "El Comercio", em seu site. Segundo Simon, sua saída deve ocorrer nas próximas semanas. Ontem, ele afirmou que colocaria o cargo à disposição, mas hoje foi mais categórico, segundo o diário. No entanto, o premier disse que a decisão não se deve à pressão da oposição. Ele pediu ao nacionalista Ollanta Humala "que não se sinta vencedor" pela notícia.
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