O líder máximo do Movimento Islâmico Hamas, Khaled Mashaal, exilado na Síria, pode ser alvo das forças de segurança de Israel, anunciou nesta terça-feira o ministro de Infra-estruturas israelense, Benjamin Ben-Eliezer.
Em declarações à Galei Tzahal, a emissora das Forças Armadas, o general reformado Ben Eliezer afirmou que ninguém está imune entre as personalidades palestinas. A ameaça já havia sido feita ontem à noite pelo primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert.
- Os órgãos de segurança de Israel podem ir muito longe - avisou Olmert.
Segundo fontes militares, o soldado seqüestrado, Guilad Shalit, de 19 anos, estaria em poder dos Batalhões de Hazedin al-Qassam, o braço armado do Hamas. O grupo recebe ordens de Mashaal, que atualmente vive em Damasco.
O primeiro-ministro da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Ismail Haniyeh, apesar de ser visto no movimento islâmico como um moderado, conta com a proteção de Mashaal, do setor duro. Ele rejeitou ontem à noite a ordem do presidente, Mahmoud Abbas, para libertar o soldado e assim evitar uma invasão do Exército israelense.
Mashaal foi detido em setembro de 1997 por agentes dos Serviços Secretos (Mossad) de Israel em plena luz do dia, em Amã, capital da Jordânia, quando se dirigia a seu escritório. Os agentes injetaram um veneno desconhecido em seu ouvido, numa tentativa de assassinato. Os agentes do Mossad, porém, foram capturados pelos jordanianos.
Para resgatar seus homens, o então primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, segundo a imprensa, ordenou a entrega do antídoto que salvou a vida de Mashaal.
O rei Hussein, irritado com a operação em território jordaniano, acabou aceitando trocar os agentes israelenses por prisioneiros palestinos que estavam em poder de Israel. Entre eles, o fundador e mentor espiritual do Hamas na Faixa de Gaza, Ahmed Yassin, vítima há três anos de um "assassinato seletivo" da Força Aérea israelense.
O braço armado do Hamas, os Comitês Populares da Resistência e um desconhecido Exército Islâmico assumiram a autoria da operação na base militar de Telem, junto ao limite com a Faixa de Gaza. Dois soldados israelenses e dois milicianos palestinos morreram na ação. Outros seis soldados israelenses ficaram feridos.
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