Um importante diplomata israelense elogiou a nomeação de Chuck Hagel como novo secretário de Defesa dos EUA, embora alguns comentaristas do Estado judaico tenham manifestado preocupações de que a escolha possaa abrir uma nova fissura nas instáveis relações com o governo norte-americano.
O presidente norte-americano, Barack Obama, nomeou o ex-senador republicano para o cargo de chefe do Pentágono na segunda-feira, preparando o palco para uma confirmada batalha no Senado com os críticos que questionam seu compromisso com Israel em sua luta com o Irã e outros adversários regionais.
Entretanto, o vice-ministro das Relações Exteriores de Israel, Danny Ayalon, um ex-diplomata nos Estados Unidos, afirmou ao jornal mais vendido do país, o Yedioth Ahronoth, publicado nesta terça-feira: "Eu encontrei (Hagel) muitas vezes, e ele certamente considera Israel como um verdadeiro e natural aliado dos EUA."
O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, político de direita que é o favorito para vencer as eleições legislativas nacionais em 22 de janeiro, ainda não comentou publicamente sobre a nomeação.
Israel, que recebe cerca de 3 bilhões de dólares por ano em subsídios de defesa dos EUA, por vezes irritou o governo Obama ao ameaçar uma guerra preventiva contra os iranianos, enquanto potências mundiais buscam um acordo diplomático para resolver a crise sobre o programa nuclear de Teerã.
Muitos republicanos afirmam que Hagel, que deixou o Senado em 2008, às vezes se colocava contra os interesses de Israel. Ele votou várias vezes contra as sanções dos EUA sobre o Irã, em cujo programa nuclear Israel vê uma ameaça mortal, e fez comentários depreciativos sobre a influência do que chamou de "lobby judaico" em Washington.
Hagel procurou rebater as acusações tendenciosas na segunda-feira, dizendo ao jornal Star Lincoln Journal que seu histórico mostra "um apoio inequívoco e total para Israel" e que "tinha dito muitas vezes que o Irã é um Estado patrocinador do terrorismo".