São Paulo O primeiro-ministro palestino aceitou ontem a renúncia de seu ministro do Interior, confirmando a primeira baixa no governo de união formado há dois meses para conter a luta fratricida entre Fatah e Hamas. A renúncia de Hani Kawasmeh, num dia em que confrontos deixaram quatro mortos em Gaza, é mais um sinal de que a crise entre as principais facções palestinas está longe de ser resolvida.
Nove pessoas morreram e pelo menos 70 ficaram feridas desde que a nova onda violência palestina teve início, na última sexta-feira. Um cessar-fogo, intermediado pelo governo do Egito, chegou a ser anunciado na noite de domingo, mas não conteve a violência. Kawasmeh, que foi indicado pelo grupo islâmico Hamas para um cargo que incluía a explosiva missão de controlar os serviços de segurança palestinos, justificou a renúncia afirmando que não jamais recebera autoridade suficiente.
Segurança
Após a renúncia, o ministro da Informação, Mustafa Barghouthi, disse que o gabinete decidira manter somente a polícia nas ruas de Gaza e que as forças de segurança ficarão sob o comando do premier palestino, Ismail Haniyeh, que passa a acumular interinamente as funções de Kawasmeh. O porta-voz do gabinete palestino, Ghazi Hamad, confirmou o novo acordo. "Os líderes do Fatah e do Hamas prometeram que ambas as partes porão fim a todas as formas de tensão, evitarão exibir armas, removerão seus homens e barreiras das ruas e trocarão reféns, disse.
A baixa no gabinete e a violência do fim de semana ressuscitaram os temores de guerra civil, que o governo de união jamais apagou. O fantasma agora ressurge, sobretudo porque a nomeação do ministro do Interior foi justamente um dos maiores entraves para a formação do gabinete, já que tanto Hamas como Fatah têm suas próprias milícias e não queriam abrir mão do controle sobre elas.