Um ministro do gabinete do primeiro-ministro do Japão envolvido em escândalos se suicidou nesta segunda-feira, aumentando os problemas do líder japonês, cujo apoio caiu antes de uma eleição em julho.

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Foi o primeiro suicídio de um ministro japonês desde os dias depois da derrota do Japão na Segunda Guerra Mundial, disseram autoridades do arquivo nacional.

"Isso terá uma séria consequência política, mas neste momento é difícil dizer o quanto", observou à Reuters uma autoridade do governo.

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O suicídio do ministro da Agricultura Toshikatsu Matsuoka acontece no momento em que a aprovação pública do premiê Shinzo Abe está no nível mais baixo desde que ele assumiu o governo, em setembro. Os índices ruins devem-se em grande parte a críticas sobre má administração de pensões, o que poderia prejudicar os aposentados.

A coalizão do premiê poderá perder a maioria no Senado, em seu primeiro grande teste nas urnas.

Matsuoka, 62, sofria pressão devido a uma série de escândalos de financiamento político. Ele morreu no hospital depois de ser encontrado inconsciente em seu quarto, no complexo residencial de legisladores em Tóquio.

A polícia não quis comentar as reportagens da mídia japonesa, incluindo uma da emissora pública, a NHK, afirmando que ele deixou um bilhete suicida e se enforcou.

"Estou tomado pela vergonha. Espero profundamente que sua alma descanse em paz", disse Abe, visivelmente abalado.

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Matsuoka, que negou irregularidades, seria mais uma vez atacado no Parlamento nesta segunda-feira.

Críticos dizem que Abe estava protegendo o ministro e analistas afirmam que sua imagem sofrerá no curto prazo. Mas os danos a longo prazo dependem de como ele lidará com a situação.

Os mercados financeiros não tiveram reação imediata às notícias.

O Japão tem uma das mais altas taxas de suicídios entre países industrializados, algo que especialistas atribuem à ausência de proibição religiosa ao ato e à tradição de cometer suicídio como punição ou para evitar vergonha a parentes.