PARIS - Jovens e policiais entraram em confronto pela quarta noite consecutiva na periferia nordeste de Paris. Na manhã de segunda-feira, o ministro do Interior, Nicolas Sarkozy, visita a área.
Grupos de jovens lançaram pedras e incendiaram carros durante a noite, como mostraram imagens de TV. O canal LCI disse que seis policiais ficaram feridos e 11 pessoas foram presas.
A violência começou há quatro dias no bairro de Clichy-sous-Bois, habitado principalmente por imigrantes. O estopim foi a morte de dois adolescentes, supostamente de origem africana, que foram eletrocutados quando fugiam da polícia.
Pelo menos 16 pessoas ficaram feridas na sexta-feira, e no sábado centenas de moradores fizeram uma passeata silenciosa para pedir calma e homenagear os dois adolescentes.
Muitos subúrbios do nordeste de Paris, onde imigrantes e outras famílias pobres vivem em conjuntos habitacionais de estilo soviético, são famosos pela violência juvenil.
Em junho, um menino de 11 anos foi morto por uma bala perdida em La Courneuve, na zona norte. Vitry-sur-Seine, na zona leste, virou manchete em 2002, quando uma garota de 17 anos teve o corpo queimado por um rapaz de 18, que estava acompanhado de seus amigos.
Os novos incidentes começaram dias depois de Sarkozy lançar uma nova ofensiva contra o crime, determinando que policiais com treinamento especial assumissem a vigilância de 25 bairros e cidades da França.
Sarkozy deve visitar a prefeitura de Seine-Saint-Denis, responsável por Clicy-sous-Bois, na manhã de segunda-feira, em meio às críticas de que sua polícia acirrou a tensão em bairros já complicados. Ele deve se reunir com policiais e bombeiros e também com parentes dos dois adolescentes mortos.
O ex-primeiro-ministro socialista Laurent Fabius, pré-candidato à Presidência em 2007, disse que a violência marca o fracasso das políticas de Sarkozy e chegou a zombar das freqüentes visitas dele a áreas violentas.
"Precisamos agir ao mesmo tempo na prevenção, na repressão, na educação, na habitação, nos empregos. Não brincar de caubói", disse Fabius à rádio Europe 1
Sarkozy, também pré-candidato à Presidência, tem uma atuação muito criticada por grupos de defesa dos direitos humanos, mas conseguiu reduzir bastante a criminalidade durante sua primeira passagem pelo Ministério do Interior, entre 2002 e 2004.
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