Os ministros de Relações Exteriores do Reino Unido e dos EUA, William Hague e John Kerry, pediram "unidade" à oposição na Síria depois que uma das facções que integram a Coalizão Nacional, o Conselho Nacional Sírio, disse que não confia nas negociações com o regime de Damasco.
Hague e Kerry se reuniram com chefes da diplomacia de outros nove países e o Grupo de Amigos da Síria para cobrar que a oposição moderada se envolva na conferência de paz com o regime sírio, a Genebra 2, agendada para o próximo mês.
"Deixamos claro que [o presidente sírio Bashar] Assad não terá nenhum papel em uma Síria pacífica e democrática", enfatizou Hague em entrevista coletiva realizada no palacete de Lancaster House. Para ele, "a única maneira sustentável de pôr fim a esse conflito e ao sofrimento dos civis sírios é uma transição política".
"O propósito de nossa reunião foi enviar um sinal de nossa determinação e nossa unidade para levá-la a cabo", acrescentou o chanceler britânico. "O Grupo de Amigos da Síria concordou em canalizar seu peso coletivo através do processo de Genebra 2 até que chegue ao estabelecimento de um corpo de governo transitório, de mútuo consentimento, com poderes executivos completos, como detalhado em junho de 2012", explicou Hague.
Sem Assad
O ministro britânico especificou que, "por definição, mútuo consentimento implica que só pode ser estipulado com a aprovação do Conselho Nacional Sírio, com o que Assad não desempenharia nenhum papel no governo futuro da Síria".
Em um encontro com a imprensa logo depois do discurso de Hague, o secretário de Estado americano, John Kerry, alertou também que o conflito sírio só chegará ao fim com "uma solução negociada" e não em um "campo de batalha".