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Ministros da Defesa e chanceleres da Unasul, reunidos nesta terça-feira no Equador, pretendem conseguir mais transparência nas políticas de segurança da região, num momento em que avança a corrida armamentista em vários países e prossegue a polêmica por um acordo militar entre Colômbia e Estados Unidos.

O encontro tem como principal objetivo concretizar acordos para intercâmbio de informação militar, em meio a preocupações decorrentes pelo controverso plano da Colômbia e EUA, que está perto de ser assinado e que permitirá aos norte-americanos usar bases no país andino para operações antidrogas.

Os ministros também tentarão aumentar a confiança, baseados no respeito à soberania, integridade e inviolabilidade territorial, assim como a não ingerência nos assuntos internos dos países membros -- temas que causaram vários incidentes recentes entre diversas nações da região.

Alguns membros da União Sul-Americana de Nações (Unasul), entre eles Venezuela e Equador, pediram ao governo do presidente colombiano, Álvaro Uribe, que apresente os detalhes da parceira com Washington, argumentando que se trata de um ponto de desestabilização no continente.

Mas Uribe, o principal aliado dos Estados Unidos na América do Sul, limitou-se a defender sua decisão e a minimizar o tom das preocupações que seus vizinhos expressaram, de que o acordo busque atacar terceiros.

Região polarizada

Como reação, o presidente venezuelano, Hugo Chávez, que além de restringir as importações colombianas, anunciou na semana passada um acordo com a Rússia pelo qual terá direito a um financiamento de 2,2 bilhões de dólares para a compra de armas.

O Brasil, por sua vez, está negociando com a França o reaparelhamento de suas Forças Armadas, incluindo a compra de helicópteros, submarinos e caças.

Equador e Chile também fortaleceram sua frota aérea recentemente.

A reunião dos ministros dos países foi convocada depois que a cúpula de presidentes da Unasul em 28 de agosto, na Argentina, e que teve como foco o plano Bogotá-Washington, terminou sem resultados concretos, após demorados discursos.

Nesse encontro, o presidente do Peru, Alan García, que mantém um conflito de fronteira com o Chile, criticou a corrida armamentista na região e disse que os recursos deveriam ser melhor aplicados para resolver problemas sociais.

Enquanto isso, alguns países se dividiram em blocos, como o caso de Venezuela, Bolívia e Equador, contra as pretensões da Colômbia. Outros, como Brasil, Chile e Argentina têm procurado mediar a situação polarizada.

A reunião acontece enquanto Equador segue com laços diplomáticos cortados com Bogotá, após uma incursão militar de tropas colombianas na selva do Equador, em março do ano passado, para atacar um acampamento das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).

Já o enfrentamento entre Chávez e Uribe pelo acordo militar com os Estados Unidos é o mais recente em uma série de conflitos entre os dois presidentes de ideais políticos opostos, que causou o corte do comércio bilateral.

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