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Ministros de Meio Ambiente de dezenas de países começaram a se reunir na segunda-feira no Quênia para estudar modificações no comércio global de modo a salvar o planeta, dias depois de um assustador relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) que culpou a humanidade por alterações irreversíveis no clima mundial.

Os governos estão sob pressão para agirem à luz das conclusões do Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática da ONU, que apontou grande probabilidade de que no futuro haja mais tempestades, secas, ondas de calor provocadas pela queima de combustíveis fósseis e outras atividades.

Achim Steiner, chefe do Programa Ambiental da ONU, que organiza o encontro de uma semana dos quase cem ministros, disse que a globalização está esgotando os recursos mundiais, sem oferecer os benefícios esperados.

Mas há muitos exemplos de gerenciamento sustentável, lembrou ele, citando a certificação de recursos como madeira e pesca para evitar a exploração ilegal e mecanismos ``criativos'', como o mercado de carbono, ou seja, de créditos para a emissão de poluentes, que se amplia rapidamente.

``Precisamos valorizar o poder do consumidor, atender aos apelos por regulamentação internacional para o setor privado e impor padrões e normas realistas para os mercados globalizados'', disse Steiner em nota antes da reunião.

O encontro ocorre sob o impacto do relatório da ONU, de acordo com o qual há mais de 90 por cento de probabilidade de que o aquecimento global tenha como principal causa o fator humano.

Funcionários da ONU esperam que o estudo incentive governos - especialmente o dos EUA, maior poluidor mundial - e empresas a se empenharem mais na redução dos gases do efeito estufa, emitidos principalmente por usinas termelétricas, fábricas e carros.

O encontro desta semana do Conselho do Programa Ambiental da ONU no Quênia discutirá também a crescente ameaça da poluição por mercúrio, a demanda por biocombustíveis e reformas na ONU.

Pela primeira vez, o evento receberá dirigentes de outras agências, como Pascal Lamy, da Organização Mundial do Comércio.

``Acredito que a presença (de Lamy) mostra que não há mais um tráfego de mão única a respeito do comércio e meio ambiente'', disse Steiner.

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