A reforma ministerial promovida na quarta-feira à noite pelo presidente da Venezuela, Hugo Chávez, tem como objetivo reforçar a campanha governista para as eleições legislativas de setembro. Embora a troca de ministros tenha sido apresentada como uma medida para "melhorar a administração pública", a oposição viu nela uma estratégia eleitoral.

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Os nomes que estão de saída do governo estão entre os mais populares do gabinete e devem liderar as listas de candidatos em seus Estados, atraindo votos para o Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV). O caso mais marcante é o de Diosdado Cabello, que até então ocupava o cargo de ministro de Obras Públicas e Moradia. Ele é um grande aliado de Chávez e encabeça a lista governista do Estado de Monaguas.

Além de Cabello, o PSUV lançará outros 110 candidatos que já ocuparam cargos no governo ou no Legislativo. Além de Cabello, deixaram o gabinete Héctor Navarro, Victoria Mata, María León, Erika Faría e Tania Díaz. Ao todo, o partido governista terá uma lista de 165 nomes.

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Para o analista Manuel Sierra, as mudanças respondem a uma necessidade de Chávez de contar com seus aliados "mais leais" para a disputa eleitoral. "O presidente repete as mesmas caras, faz trocas no gabinete e propõe velhos nomes para a Assembleia Nacional porque são sua equipe de confiança."