Três ministros do gabinete da Somália estavam entre os 23 mortos em um ataque à bomba no país realizado ontem. A violência ocorreu durante uma cerimônia de graduação em uma universidade local. Um porta-voz policial, coronel Abdilahi Hassan Barise, disse que os ministros da Educação, Educação Superior e da Saúde estavam entre os mortos. Morreram 23 pessoas incluído o suicida que praticou o ataque e entrou no recinto vestido de mulher. Mais de 40 pessoas ficaram feridas.
A cerimônia marcava a graduação de alunos de Medicina, Ciências da Computação e Engenharia e ocorria no Hotel Shamo de Mogadiscio. Era a graduação da segunda turma de profissionais formada na Somália desde 1991, quando o país mergulhou na anarquia. A primeira turma foi graduada no ano passado. O ataque gerou novas dúvidas sobre a capacidade de o fraco governo local controlar mesmo a pequena área de Mogadiscio onde atua.
Tropas africanas protegendo o governo travam batalhas quase diárias pelo controle de boa parte do centro e do sul do país. Entre os mortos estão muitos estudantes e professores, além de familiares dos estudantes que se graduavam.
"O que aconteceu hoje é um desastre nacional", afirmou o ministro da Informação, Dahir Mohamud Gelle, confirmando as mortes das autoridades. Os ministros de Esportes e Turismo ficaram feridos. Dos três ministros mortos, um era uma mulher, a titular da Saúde, Qamar Aden Ali. Os outros eram o ministro da Educação Superior, Ibrahim Hassan Adow, e da Educação, Ahmed Abdullahi Wayel.
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, disse em comunicado que o atentado desfigurou "o que deveria ter sido um evento cheio de esperança para a Somália".
Um repórter do serviço de rádio do governo somali, Bashir Khalif, informou que dois funcionários da imprensa também morreram na explosão, um repórter de rádio e um câmera.
Dois outros jornalistas se feriram com gravidade, segundo ele. A emissora de televisão Al-Arabiya, da Arábia Saudita, disse que seu câmera na Somália, Hassan Zubeir, foi morto no ataque.
Nenhum grupo até o momento reivindicou o ataque, realizado por um homem disfarçado com roupas de mulher. O principal suspeito é o grupo Al-Shabab, que controla boa parte do país e tem vínculos com a Al-Qaeda. Em junho, o ministro de Segurança Nacional foi morto em outro ataque praticado por um suicida, que deixou 24 pessoas mortas.