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Flexibilidade nas negociações

Davos - O Brasil está disposto a ser flexível em negociações comerciais renovadas desde que os Estados Unidos e a Europa confirmem "grandes sinais" emitidos sobre o comércio agrícola, afirmou o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, ontem. Amorim disse que os EUA se mostraram dispostos a discutir tetos a subsídios domésticos, e que a União Européia disse que uma proposta do G20 - grupo de países em desenvolvimento - para redução de tarifas agrícolas era uma possível "zona de aterrissagem" para os negociadores. "Nós dissemos que somos capazes de revisar e de sermos flexíveis em outras áreas contanto que esses grandes sinais em agricultura sejam confirmados", afirmou o ministro.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva retornou na noite de sexta-feira da reunião em Davos. Em encontro com empresários, ele afirmou que um acordo mostraria que os países ricos querem ajudar as nações em desenvolvimento, o que poderá trazer estabilidade a algumas regiões.

Davos – Os ministros do Comércio reunidos em Davos "se comprometem" a relançar as negociações na Organização Mundial do Comércio (OMC) "para alcançar um amplo acordo", segundo um comunicado divulgado ontem pelo governo suíço. Os ministros "expressaram o desejo de uma retomada rápida das atividades em Genebra", onde se encontra a sede da OMC.

Os ministros de 26 países membros da OMC e o comissário europeu para o Comércio, Peter Mandelson, se reuniram na manhã de ontem à margem do Fórum Econômico Mundial de Davos para tentar relançar as negociações sobre um novo acordo comercial. Estas negociações, chamadas de "rodada de Doha", estão suspensas desde meados do ano passado por causa de profundas divergências sobre a questão agrícola. "Temos de dizer ao mundo que a rodada de Doha não morreu", disse Mandelson à imprensa. Ele pediu a todas as partes envolvidas que demonstrem flexibilidade nos próximos meses.

Este "sinal claro" enviado pelos ministros "recebeu o apoio dos dirgentes políticos e dos atores econômicos reunidos em Davos", destacou o governo suíço em seu comunicado.

Vários dirigentes, entre eles o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva e o primeiro-ministro britânico Tony Blair, expressaram na sexta-feira o desejo de ver relançada a rodada de Doha. Lula pediu aos Estados Unidos e à União Européia que reduzam seus subsídios à agricultura. A França, entre outros, se recusa a fazer novas concessões no setor agrícola. "Cada parte deve assumir novos compromissos e mostrar mais flexibilidade, inclusive no que se refere aos bens industriais e aos serviços", afirmou Mandelson. "Se as condições estiverem reunidas, a União Européia está disposta a fazer a sua parte na agricultura", acrescentou. Lançada em 2001, a rodada de Doha já deveria estar encerrada há dois anos.

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