O grupo de jornais britânico Trinity Mirror anunciou nesta terça-feira uma revisão de suas rotinas editoriais após a explosão do escândalo dos grampos telefônicos envolvendo outro grupo jornalístico, o News International.
O porta-voz do Trinity Mirror, Nick Fullagar, disse hoje que não se trata de uma investigação sobre acusações de grampos telefônicos, mas reconheceu que o escândalo envolvendo o tabloide News of the World levou à revisão dos procedimentos. "Tendo em vista os eventos recentes, achamos que era hora de olhar para nossos controles e procedimentos", disse Fullagar em entrevista pelo telefone. "Após um acontecimento significativo, trata-se apenas de boa governança corporativa."
O tabloide Daily Mirror está sob suspeita após revelações de que o rival News of the World - fechado recentemente por sua editora a News International - interceptava rotineiramente mensagens de voz de figuras públicas.
Um ex-jornalista do Mirror alegou que os grampos telefônicos eram contínuos no jornal quando o ex-editor Piers Morgan estava no comando. Na semana passada, o The New York Times citou cinco jornalistas não identificados de outro jornal do grupo Mirror - uma publicação dominical sobre celebridades e atletas chamada The People - dizendo que grampos telefônicos eram comuns no jornal do final dos anos 1990 ao início da década de 2000.
O Trinity Mirror não comentou as acusações, embora observadores da mídia britânica suspeitassem há tempos que os grampos telefônicos ilegais se estendiam muito além do News of the World.
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