O papa Francisco celebrará nesta quinta-feira, às 18h (13h no horário de Brasília), na Igreja de Santo Inácio de Loyola, em Roma, missa de ação de graças pela canonização, no último dia 3, do padre José de Anchieta. A cerimônia terá 1,2 mil convidados, a maioria de brasileiros.

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A procura de interessados em participar da cerimônia foi tão grande que os jesuítas se arrependeram de não ter escolhido a Basílica de São Pedro ou a Basílica de São Paulo Fora dos Muros, para que todos pudessem ser atendidos.

"Vamos utilizar a capacidade máxima do templo e todos ficarão sentados nessa missa particular, que, por estar sendo celebrada pelo papa, obedece a normas rígidas", disse o vice-postulador da Causa de Canonização, padre César Augusto dos Santos, diretor do Programa Brasileiro da Rádio Vaticano, coordenador da celebração. As portas da igreja serão fechadas uma hora antes da chegada de Francisco.

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A lista de convidados inclui 32 cardeais, arcebispos e bispos e cerca de 200 padres. Além deles, participarão católicos brasileiros residentes em Roma ou vindos do Brasil para a cerimônia. A diretoria da Fundação Padre Anchieta estará toda presente na lista organizada pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e pela Companhia de Jesus, a qual pertencia São José de Anchieta, canonizado em 3 de abril.

A Embaixada do Brasil na Santa Sé também organizou uma lista de convidados, 25 dos quais foram incluídos numa relação de 50 pessoas que, no fim da cerimônia, cumprimentarão o papa na fila do beija-mão. A embaixada pediu 150 convites especiais, mas o cerimonial exigiu que o número fosse limitado, com 25 selecionados pelo governo brasileiro e outros 25 pela organização da Igreja.

Até esta quarta-feira, 23, não havia sido divulgado se a presidente Dilma Rousseff enviaria um representante de Brasília, em princípio o ministro Gilberto Carvalho, chefe da Secretaria Geral da Presidência da República. Os governadores de Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Pernambuco e Espírito Santo, onde Anchieta atuou como missionário, foram convidados, mas nenhum deles confirmou presença. É certo que deputados e senadores assistirão à missa como convidados.

Salvador

O arcebispo de Salvador e primaz do Brasil, d. Murilo Krieger, que viajou a Roma para a missa em homenagem a São José de Anchieta, está voando de volta para inaugurar domingo a Paróquia de Nossa Senhora dos Alagados e de São João Paulo II, na periferia da capital baiana. "Vou assinar o decreto de criação imediatamente, após o papa Francisco canonizar João XXIII e João Paulo II, no dia 27, na Praça de São Pedro", informou o arcebispo primaz.

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Tanto d. Murilo como o padre jesuíta José Acrísio Vale Sales, administrador do Santuário de Padre José de Anchieta, na cidade de Anchieta, a 90 quilômetros de Vitória, acreditam que a canonização do missionário dará grande impulso à devoção dos fiéis, pela divulgação da vida dele. "Padre Anchieta estendeu a sua atuação evangelizadora a vários campos, como a literatura, o teatro, à defesa do meio ambiente e à educação", observou padre César. A CNBB pretende que a Igreja proclame o jesuíta Patrono dos Catequistas.

"Não faz sentido achar que Francisco tenha canonizado Anchieta por ser também jesuíta, pois ele conhece bem a espiritualidade de Santo Inácio e tenderia a ser até mais exigente para decretar a canonização", disse padre César. Quanto ao fato de o papa ter dispensado a comprovação de um milagre para considerar Anchieta santo, ele voltou a dizer, como vice-postulador da causa, que mais importante são as obras e fama de santidade que o novo santo sempre teve.

Papas santos

Ainda em clima de comemoração da Páscoa, na semana após o Domingo da Ressurreição, os peregrinos que vieram a Roma só agora começam a se integrar no cenário da canonização de João XXIII e João Paulo II,. Cartazes com fotos dos dois papas, geralmente em montagem com a imagem do papa Francisco, começam a aparecer nas vitrines, enquanto as livrarias lançam relançam suas biografias e escritos. Entre elas, o livro Papa Giovasnni Roncalli, il Santo, de autoria do jornalista e historiador Marco Roncalli, sobrinho-neto de Angelo Giuseppe Roncalli.

A figura de João Paulo II é predominante no Vaticano e no comércio religioso dos arredores. Na Igreja de Santo Spirito in Sassia e santuário da Divina Misericórdia - devoção do polonês Karol Wojtyla - tem um altar com enorme painel dele. A presença de poloneses na Audiência Geral das Quartas-Feiras, nesta quarta ainda era pequena, mas a expectativa é de que milhares de conterrâneos cheguem a partir desta sexta-feira, 25. Fala-se em 1 milhão de poloneses, assim com se fala numa multidão de 5 milhões a 8 milhões de pessoas para domingo. Parece exagero, pois seria duas vezes a população de Roma. Em 2011, cerca de 1,5 milhão de fiéis assistiram à beatificação de João Paulo II.

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