Imagem de vídeo mostra um tanque sírio patrulhando Homs, onde 23 pessoas foram mortas ontem| Foto: AFP

Com a missão de ver se o governo sírio está respeitando o plano de paz definido no mês passado, um novo grupo de 50 observadores e 10 representantes do secretariado da Liga Árabe chegou ontem à Síria, no mesmo dia em que as forças de segurança leais ao regime enfrentaram, com tanques blindados, opositores que pediam a saída do ditador Bashar Assad nas ruas da cidade de Homs.

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De acordo com números divulgados pela oposição e por grupos de direitos humanos, pelo menos 25 pessoas morreram ontem em ataques ocorridos horas antes da chegada dos monitores da Liga Árabe.

Segundo o Conselho Nacional Sírio (CNS), os observadores chegaram a Homs, cidade a cerca de 160 km de Damasco, por volta das 20h, mas não conseguiram trabalhar. "Eles declararam que não puderam ir aos lugares onde as autoridades não querem a presença deles", disse o presidente interino do CNS, Burham Ghaliun.

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Para Waleed al-Bunni, um dos membros da oposição ao governo, os acordos são uma farsa. "Eu realmente duvido que o regime sírio permitirá que observadores fa­­çam o seu trabalho", disse.

A oposição também critica a escolha do chefe da missão de ob­­servação, o general sudanês Mus­tafa al-Dabi, que chegou a Da­­mas­­co no sábado. Segundo a organização americana de direitos hu­­manos Enough Project, ele é acusado de crimes de guerra.

Além de visitas a várias cidades, os enviados da Liga Árabe tentarão acordos com Assad en­­volvendo a retirada das forças de segurança e de armas pesadas das ruas, o diálogo com os líderes da oposição e a permissão da entrada no país de ativistas de direitos humanos e jornalistas.

Das mortes ocorridas on­­tem, ao menos 15 foram registradas na província de Homs, um dos principais focos da re­­pressão do regime em nove me­­ses de manifestações e ce­­nário de confrontos violentos entre o Exército e soldados de­­sertores.

"O [distrito de] Baba Amr [em Homs] está sendo exposto ao ataque feroz de metralhadoras pesadas, veículos blindados e morteiros", disse em co­­municado o grupo opositor Ob­­servatório Sírio para Direitos Humanos (OSDH), com sede em Londres. "A situação é alarmante e o bombardeio é mais intenso que nos últimos dias".

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Partes de Homs são defendidas pelo grupo Exército da Síria Livre, formado por desertores das Forças Armadas, que dizem que tentam estabelecer áreas de acesso proibido, para proteger os civis.

Segundo uma fonte não identificada citada pela agência de notícias Reuters, o grupo de monitores da Liga Árabe de­­ve começar sua missão visitando a cidade de Homs hoje. A delegação deve ir também a Damasco, Hama e Idlib.