A missão de paz da Organização das Nações Unidas (ONU) no Haiti, formada principalmente por efetivo latino-americano, deve permanecer no país por mais quatro anos, até as próximas eleições presidenciais, disse na quinta-feira um funcionário da ONU na Argentina.

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A chamada Minustah chegou ao Haiti em 2004, no momento em que o país estava mergulhado em uma guerra civil, e depois de uma reorganização básica do Estado e de uma remissão da violência interna, prepara-se para iniciar uma nova etapa, mais ligada à reconstrução institucional.

"Deveremos ficar aqui pelo menos até as próximas eleições gerais, que são dentro de quatro anos, para também acompanhar esse processo de transição e garantir que o próximo governo também avance de uma maneira boa", disse Edmond Mulet, representante especial do secretário-geral da ONU no Haiti.

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"A situação do Estado é ainda muito frágil", completou.

A Minustah desembarcou no Haiti pouco depois de o então presidente Jean Bertrand Aristide ter sido derrubado por uma rebelião armada. O país teve eleições no ano passado e apesar de ainda ter problemas para controlar a violência, os avanços em segurança foram substanciais, explicou o diplomata.

Ao término de uma viagem que também o levou ao Chile e ao Uruguai, Mulet expressou seu desejo de que esta missão, que é comandada pelo Brasil, seja a última de uma ampla série de ações internacionais no país mais pobre das Américas.

"A comunidade internacional teve que intervir no Haiti mais de oito vezes nos últimos 20 anos (...) tomara que essa seja a última vez em que uma intervenção tenha sido necessária", disse ele, durante entrevista coletiva na sede da chancelaria argentina em Buenos Aires.

Os 70 por cento dos mais de 7.000 integrantes da força de paz da ONU no Haiti são de países como Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Equador, Guatemala, Paraguai, Peru e Uruguai, entre outros.

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Em fevereiro, o Conselho de Segurança da ONU ampliou o mandato da Minustah até o dia 15 de outubro, mês em que uma eventual nova prorrogação da missão, que pode chegar a um ano, será discutida.