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Crise do gás

Missão negocia com a Bolívia

Brasília – A delegação brasileira encarregada de negociar os preços do gás com a Bolívia deve chegar hoje a La Paz. O ministro brasileiro das Minas e Energia, Silas Rondeau, e o presidente da Petrobrás, José Sérgio Gabrielli, realizaram ontem escala em Caracas, onde se reuniram com o ministro venezuelano da Energia, Rafael Ramírez.

Silas Rondeau e Sérgio Gabrielli conversaram por mais de quatro horas com Ramírez, que também preside a estatal Petróleos de Venezuela (PDVSA), mas negaram ter pedido a intervenção de Caracas para solucionar a questão em torno da nacionalização do gás boliviano, oficializada por decreto no dia 1.º de maio.

Em Brasília, o ministro das Relações Exteriores brasileiro, Celso Amorim, disse que, além dos preços do gás, será negociada uma compensação que a Petrobrás espera receber pela nacionalização de seus ativos. Ele previu que as negociações serão longas e complicadas.

"Não vai se resolver facilmente", adiantou. Primeiro, por causa do processo eleitoral na Bolívia, que escolhe em julho uma assembléia constituinte.

Segundo, pela "instabilidade estrutural" daquele país, que já teve quatro presidentes nos últimos três anos, argumentou Amorim. Um dos presidentes, Carlos Mesa, caiu justamente por causa da regulamentação da Lei dos Hidrocarbonetos.

Em seu programa semanal de rádio, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que a nacionalização do gás boliviano não vai gerar alta de preços nem desabastecimento no Brasil. Segundo Lula, só haverá reajuste quando houver renovação de contrato da Petrobrás para exploração de gás naquele país.

A estratégia que o Brasil tem mostrado condiciona a construção de um grande gasoduto – que deve distribuir gás da Bolívia e da Venezuela ao Cone Sul – à manutenção de preços viáveis. Segundo Lula, os preços do gás são negociados de cinco em cinco anos. Ele deixou claro que continuará tomando a defesa do consumidor, criticando qualquer aumento de preço, inclusive diante da Petrobrás. A empresa é pressionada a negociar com a Bolívia sem aceitar qualquer reajuste nos preços do combustível, comprado hoje a US$ 3,26 o milhão de BTU da Bolívia.

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