O míssil de fabricação russa que atingiu o voo MH17 da Malaysia Airlines causou a morte na hora dos três membros da tripulação que estavam na cabine do piloto e fez com que os passageiros perdessem a consciência quase imediatamente, concluiu o bureau holandês Dutch Safety Board, que conduziu as investigações sobre a queda da aeronave que matou 298 pessoas em julho de 2014.
O Boeing-777 que ia de Amesterdã, na Holanda, a Kuala Lumpur, na Malásia, foi abatido enquanto sobrevoava o leste da Ucrânia, área de conflitos entre separatistas pró-Rússia e forças ucranianas.
Segundo os investigadores, que apresentaram seu relatório final nesta terça-feira (13), o MH17 seguia por uma rota comum entre Europa e Ásia, que passa pela Alemanha, Polônia e Ucrânia. A aeronave desviou levemente próximo ao espaço aéreo ucraniano para fugir de uma tempestade.
Porém, neste ponto, um lança-mísseis disparou o míssil Buk tipo 9N314M warhead. O artefato viaja quase três vezes mais veloz do que o som. O armamento explodiu a menos de um metro do cockpit, entre a parte superior e a lateral esquerda. O poder da explosão fez com que os fragmentos do míssil atravessassem a fuselagem da aeronave e matasse imediatamente piloto, copiloto e um terceiro comandante (fragmentos de míssil foram encontrados nos corpos dos três funcionários da Malaysia Airlines).
De acordo com a investigação, o choque fez com que o cockpit se separasse da aeronave a uma altura superior a 30 mil pés.
Apesar do cenário caótico, peritos afirmam que os passageiros praticamente não tiveram tempo de entender o que acontecia, já que a rápida desaceleração e a despressurização os deixaram inconscientes em curtíssimo período de tempo.
Os investigadores chegaram às conclusões graças a um trabalho de perícia meticuloso nos destroços, que incluiu a reconstrução parcial da aeronave -- trabalho que levou três meses.