Missões da Organização das Nações Unidas (ONU) em vários países turbulentos negligenciaram procedimentos de segurança e controles financeiros, expondo a entidade a riscos desnecessários, segundo um relatório interno divulgado nesta terça-feira.

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A investigação do Escritório para os Serviços de Supervisão Interna (Oios, na sigla em inglês), abrangendo 2009, encontrou problemas em vários países, mas abordou especialmente as missões da ONU no Sudão, na República Democrática do Congo e no Iraque.

O relatório "salienta deficiências nos controles internos em uma variedade de áreas, da gestão de contratos às operações aéreas, que expõem (a ONU) a riscos desnecessários", disse Inga-Britt Ahlenius, diretora do Oios, em um prefácio.

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"O desrespeito aos procedimentos-padrão de operação, o mau planejamento e a gestão inadequada são apenas alguns poucos tipos de deficiências identificadas", acrescentou.

Na violenta região sudanesa de Darfur, o Oios concluiu que as precauções e os preparativos de segurança eram inadequados para a força conjunta da ONU e da União Africana, hoje com cerca de 20 mil soldados e policiais.

Essa força, chamada Unamid, perdeu 22 integrantes desde seu início, em 2008, mas já fez melhorias depois de receber recomendações do Oios para "medidas urgentes", diz o relatório de 23 páginas.

O texto, encomendado pela Assembleia Geral da ONU, também critica a Unamid por superfaturar compras de combustível em 4,7 milhões de dólares, ao ser incapaz de verificar adequadamente as faturas.

Congo e Iraque

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A respeito da missão no Congo, que se chama Monuc e tem 22 mil policiais e soldados, o relatório critica os controles físicos "frágeis" no acesso aos caixas e cofres, mas não informa se houve desvio de dinheiro.

O Oios também investigou denúncias de abusos sexuais por parte de soldados da ONU, e concluiu que alguns deles aparentemente cometeram exploração sexual e abusos contra menores em vários campos de refugiados entre 2007 e 2009.

O relatório não entrou em detalhes. Só no último ano, houve quase 60 denúncias de abusos sexuais contra a Monuc, segundo um site da ONU (cdu.unlb.org/).

Outra crítica do Oios foi quanto à manutenção das pistas de pouso da Monuc no Congo, que estariam descumprindo regras da Organização Internacional da Aviação Civil.

No Iraque, o departamento concluiu que a missão Unami, inteiramente civil, concedeu um contrato de 3 milhões de dólares, referente à instalação de proteção no forro das acomodações dos funcionários, depois de receber uma só proposta.

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Além disso, a Unami violou regras por não ter revisto e atualizado regularmente seu plano de segurança, disse o Oios.

A respeito da República Centro-Africana, a investigação apontou falhas nos controles internos que estariam colocando os recursos da missão da ONU "em risco de fraude, desperdício ou má gestão", e que isso teria levado também a pagamentos errôneos de funcionários e a discrepâncias em extratos bancários.