O governo do estado norte-americano de Missouri enviou ontem oficiais da Guarda Nacional para Ferguson, no subúrbio de St. Louis, para ajudar na tentativa de controlar os protestos contra o assassinato do adolescente negro Michael Brown, morto a tiros por um policial branco no último dia 9.
Na noite de domingo, os policiais usaram gás lacrimogêneo para dispersar manifestantes, em resposta a tiros, saques e atos de vandalismo por parte daqueles que protestavam, segundo versão da própria polícia.
A morte do jovem Michael Brown elevou as tensões raciais entre a comunidade local predominantemente negra e a polícia formada na maioria por brancos.
O governador Jay Nixon disse que a Guarda pode ajudar a "restabelecer a paz e a ordem" em Ferguson, onde os protestos contra o assassinato entram na segunda semana. "Esses atos de violência são um desserviço à família de Michael Brown e à sua memória e às pessoas da comunidade, que clamam por justiça e por segurança", disse Nixon.
Obama
A morte do garoto negro também reacendeu a discussão sobre racismo nos EUA. O presidente Barack Obama falou sobre o caso ontem e disse que a maior parte dos participantes do protesto em St. Louis segue o ato pacificamente, mas alertou que uma pequena minoria estava desobedecendo à lei.
Obama expressou simpatia pelos sentimentos de "paixão e raiva" impulsionados pela morte de Brown, mas disse que responder à dor por meio de saques e ataques à polícia apenas aumenta as tensões.
Para ele, a superação da desconfiança endêmica entre muitas comunidades e seus respectivos policiais requer que os norte-americanos "escutem e não apenas gritem".
"É assim que nós vamos avançar juntos: tentando nos unir e não simplesmente nos dividindo", disse Obama. O presidente pediu a Ferguson que o uso da Guarda Nacional seja limitado.