Cristina Kirchner lidera as pesquisas de intenção de voto. Para analistas, escândalo recente de corrupção não deve atrapalhar a candidata| Foto: Daniel Vides/AFP

Buenos Aires - O anúncio oficial da candidatura à reeleição da presidente da Argentina, Cristina Kirchner, na noite de terça-feira, foi feito três dias antes do prazo regulamentar para a apresentação dos candidatos e após vários meses de especulações sobre uma possível desistência da presidente, por supostos motivos de saúde. Mas um mistério continua: quem será o companheiro de chapa da presidente?

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Vários nomes são cogitados, entre eles a cunhada de Cristina, Alícia Kirchner, ministra de Ação Social e irmã do ex-presidente Néstor Kirchner, que morreu em outubro por problemas cardíacos. Também são cotados Juan Manuel Abal Medina, secretário de Comu­­nicação, e os governadores Jorge Capitanich (Chaco), Sérgio Urri­­barri (Entre Ríos) e José Alperovich (Tucumán).

Todos pertencem à Frente para a Vitória (FPV), facção do Partido Justicialista (PJ, também chamado de peronista), criada pelo casal Kirchner. As eleições serão realizadas em 23 de outubro, mas an­­tes disso, no dia 14 de agosto, ha­­verá eleições internas abertas e si­­multâneas dos partidos para referendar os candidatos. Cristina tem 58 anos, é advogada e sucedeu o marido em 2007.

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Nas pesquisas de intenção de voto, Cristina supera 40% dos votos válidos e nenhum dos candidatos da oposição chega a 30%. Para evitar o segundo turno, se­­gundo a Constituição argentina, o candidato à Presidência precisa obter 45% dos votos válidos ou 40% mais uma diferença mínima de 10 pontos porcentuais do se­­gundo colocado.

A oposição está dividida entre cinco candidatos: Ricardo Al­­fon­­sín (59 anos, social-democrata da União Cívica Radical); Alberto Ro­­dríguez Saá (62 anos, peronista/ Compromisso Federal); Eduardo Duhalde (69, peronista/União Po­­pular); Hermes Binner (69 anos, socialista/Partido Socialista); e Elisa Carrió (54 anos, centro-es­­querda/Coalizão Cívica).

Segundo a última pesquisa da consultoria Management & Fit, divulgada domingo, Cristina aparece com 43,4% das intenções de votos, seguida por Alfonsín (19,7%), Saá (9,1%), Duhalde (7,8%), Binner (6,9%) e Carrió (5,2%).

As próximas pesquisas deverão refletir o desgaste da presidente com o escândalo de corrupção denominado "caso Schoklander", envolvendo a organização de di­­reitos humanos Mães da Praça de Maio, ligada ao governo. Porém, os analistas políticos não projetam mudanças substanciais no quadro eleitoral nos próximos dias.

Segundo turno

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Conforme o cronograma eleitoral, se não houver um vencedor no primeiro turno, o segundo turno será realizado no dia 20 de no­­vembro, e a posse está prevista para 10 de dezembro.

De acordo com a Câmara Elei­­toral Nacional, similar ao Superior Tribunal Eleitoral brasileiro, dos 40 milhões de habitantes da Ar­­gentina, 28,6 milhões estão aptos a votar. Um terço da população ar­­gentina está concentrada na província de Buenos Aires, o maior colégio eleitoral do país, que define as eleições presidenciais. A Argentina é a segunda maior na­­ção da América do Sul, depois do Brasil, de quem é o principal sócio no Mercosul.