Os Estados Unidos intensificaram na segunda-feira (24) a pressão sobre a Rússia para entregar Edward Snowden, o norte-americano que revelou os programas secretos de vigilância do governo do seu país. As autoridades de Washington disseram acreditar que Snowden ainda se encontra em Moscou, apesar dos rumores de que ele embarcaria para Cuba.
Snowden, que até recentemente prestava serviços à Agência de Segurança Nacional dos EUA, fugiu para Hong Kong antes de fazer as revelações a jornais. Depois, diante da possibilidade de ser preso e extraditado, ele viajou a Moscou, de onde se acreditava que embarcaria para Havana, provavelmente a caminho do Equador, onde solicitou asilo.
Mas, na segunda-feira, ele não foi visto a bordo do único voo diário de Moscou para Havana. Não há voos diretos da capital russa para Quito.
O Departamento de Estado dos EUA disse que diplomatas e funcionários do Departamento de Justiça estão envolvidos em discussões com a Rússia, sugerindo a busca por um acordo que leve à entrega dele.
"Esperamos que o governo russo examine todas as opções disponíveis para devolver o sr. Snowden aos EUA, a fim de que ele enfrente a justiça pelos crimes dos quais é acusado", disse o porta-voz Patrick Ventrell, citando uma "intensa cooperação no trabalho com a Rússia em questões de cumprimentos das leis".
Jay Carney, porta-voz da Casa Branca, criticou a China por ter autorizado Snowden a deixar Hong Kong, e disse que isso pode perturbar as relações sino-americanas.
A empresa aérea russa Aeroflot disse que Snowden não embarcou no seu voo de segunda-feira para Havana, e vários jornalistas que estavam a bordo informaram que não o viram. No entanto, não ficou claro se o avião tinha algum compartimento onde o norte-americano possa ter viajado escondido.
Julian Assange, fundador da organização antissigilo WikiLeaks, que está prestando assistência a Snowden, disse que o denunciante, de 30 anos, está em um "local seguro" não revelado, a caminho do Equador.
O governo esquerdista do Equador já concedeu asilo a Assange, que há mais de um ano vive na embaixada desse país em Londres, de onde não pode sair sob o risco de ser detido e extraditado para a Suécia para responder por acusações de crimes sexuais.
Carney disse que os EUA consideram que Snowden continua na Rússia, e pressionou Moscou a usar todos os meios disponíveis a fim de entregá-lo aos EUA.
O presidente Barack Obama disse que seu governo está "seguindo todos os canais jurídicos apropriados, trabalhando com vários outros países para assegurar que o Estado de direito seja observado".
Carney criticou os países que Snowden escolheu para pedir proteção, dizendo que essas escolhas maculam sua alegação de que sua intenção era apoiar a transparência, a liberdade de imprensa e os direitos dos indivíduos.
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