Os líderes israelenses e palestinos não chegaram a um acordo na terça-feira sobre a disputa envolvendo a ampliação de assentamentos judaicos, mas continuam otimistas quanto a concluir um acordo de paz dentro de um ano, segundo o enviado especial do governo norte-americano para a questão do Oriente Médio, George Mitchell.

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Aparentemente, não surgiram concessões nesse tema durante as negociações que tiveram a participação da secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e do presidente palestino, Mahmoud Abbas.

Uma moratória unilateral de Israel na construção de novas casas em assentamentos da Cisjordânia expira em 30 de setembro. Os palestinos ameaçam abandonar o processo de paz se as obras forem retomadas.

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Mas Mitchell se mostrou otimista.

"O presidente Abbas e o primeiro-ministro Netanyahu continuam concordando que essas negociações, cuja meta é resolver todas as questões centrais, possam ser completadas em um ano", disse Mitchell a jornalistas no balneário egípcio de Sharm el-Sheikh.

"Hoje as partes começaram uma discussão séria sobre as questões centrais", disse Mitchell.

Mitchell disse que as reuniões trilaterais serão retomadas na quarta-feira em Jerusalém, e nos dias seguintes haverá discussões entre escalões inferiores palestinos e israelenses.

Netanyahu pode viajar aos Estados Unidos para uma nova rodada do diálogo na semana que vem, disse o estatal Canal 1 da TV israelense.

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Abbas e Netanyahu não fizeram declarações públicas durante a cúpula no Egito.Foi a primeira reunião deles depois da retomada formal do processo de paz, em 2 de setembro, em Washington, após um hiato de 20 meses.

Além dos assentamentos, as discussões para o fim do conflito, que já dura seis décadas, envolvem também questões de segurança, fronteira, refugiados e o status de Jerusalém.

SEM PRORROGAÇÃO

Netanyahu, cuja coalizão de governo é dominada por partidos pró-colonos, disse no domingo que não pretende prorrogar a moratória nos assentamentos, mas que limitaria as obras em algumas colônias judaicas.

Ecoando a posição do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, Mitchell disse: "Achamos que faz sentido ampliar a moratória, especialmente porque as negociações estão avançando numa direção construtiva."

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Ele acrescentou que Washington sabe que "se trata de uma questão politicamente delicada em Israel" e ressaltou que cabe também a Abbas "dar passos que ajudem, encorajem e facilitem esse processo."

Os palestinos dizem que os assentamentos em territórios ocupados lhes privam da possibilidade de ter um Estado viável e contíguo.

Hillary já viajou para Jerusalém e deve ter reuniões lá, em Ramallah (Cisjordânia) e em Amã (Jordânia) durante dois dias.

Já Mitchell irá à Síria na quinta-feira e ao Líbano na sexta, num esforço para promover uma paz mais abrangente entre Israel e o mundo árabe, disse uma fonte oficial dos EUA sob anonimato.Refletindo a tensão no terreno, Israel disse que seus soldados mataram um militante palestino após o disparo de uma granada de propulsão da Faixa de Gaza contra militares israelense. Fontes médicas palestinas disseram que quatro pessoas ficaram feridas.

A facção militante Frente Democrática de Libertação da Palestina reivindicou a autoria do ataque que desencadeou o incidente.

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