O ex-comandante servo-bósnio Ratko Mladic comparece ao Tribunal Penal Internacional, em Haia| Foto: REUTERS/Martin Meissner/Pool

O ex-comandante servo-bósnio Ratko Mladic compareceu ao tribunal de crimes de guerra da ONU nesta sexta-feira como um general desafiador que nunca perdeu uma batalha, rejeitando as acusações feitas contra ele como sendo "repulsivas" e "monstruosas".

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Usando um chapéu militar, que ele retirou mais tarde, Mladic começou a audiência no tribunal com uma breve continência.

"O mundo inteiro sabe quem eu sou. Sou o general Ratko Mladic", disse ao final de sua primeira aparição. "Eu defendi meu povo, meu país... Agora estou me defendendo", disse ele ao tribunal e ao público.

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"Eu só preciso dizer que quero viver para ver que sou um homem livre."

Como esperado, ele se recusou a declarar-se culpado ou inocente e o tribunal estabeleceu a data de 4 de julho para sua próxima audiência.

Mladic disse ao juiz Alphons Orie que estava gravemente doente e "em condições precárias de saúde". Ele disse, indignado, que não queria ouvir "uma única palavra do indiciamento" lida para ele.

Ele balançou a cabeça enquanto Orie leu o resumo, que descrevia o assassinato de 8 mil homens e meninos muçulmanos em Srebrenica em julho de 1995, pelo qual ele é acusado.

Mladic, que já foi uma figura forte e intimidadora nos campos de batalha, parecia mais velho do que seus 69 anos. Sua boca parecia estar pendendo levemente no canto enquanto suas palavras eram um pouco ininteligíveis, provável resultado de um derrame.

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Ele disse ao tribunal que foi tratado com "justiça e dignidade" mas tinha um pedido.

"Eu não quero ajuda para andar como se fosse um cego aleijado. Se eu quiser ajuda, vou pedir", disse.

Mladic também é acusado de crimes contra a humanidade pelo cerco de 43 meses de Sarajevo, entre 1992 e 1995, no qual aproximadamente 12 mil pessoas foram mortas.

Orie citou uma acusação de que forças servo-bósnias teriam realizado uma campanha prolongada de "atirar e bombardear para matar, mutilar, ferir e aterrorizar" a população na capital bósnia.

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