O tribunal de crimes de guerra da Iugoslávia ordenou nesta quarta-feira que o general servo-bósnio Ratko Mladic, que enfrenta acusações de genocídio e crimes de guerra, seja submetido a um exame médico completo para avaliar se ele está bem o suficiente para ser julgado.
Os promotores temem que Mladic, que tem 69 anos e freqüentemente se queixa de problemas de saúde, possa morrer sem enfrentar a justiça, como aconteceu com o ex-ditador iugoslavo Slobodan Milosevic, que faleceu antes que pudesse ser condenado.
Mladic foi preso na Sérvia em maio, após 16 anos foragido. Ele é acusado de genocídio por seu papel no cerco da capital bósnia, Sarajevo, e por orquestrar o assassinato de 8.000 homens e garotos muçulmanos em Srebrenica, em 1995, no pior massacre da Europa desde a Segunda Guerra Mundial.
O ex-líder militar, que se descreveu como um homem "gravemente doente" quando apareceu pela primeira vez no tribunal, em junho, rejeitou as acusações, chamando de "monstruosas" e "detestáveis".
Ele disse em várias ocasiões que está muito doente para ir a julgamento, que sofre os efeitos de um AVC e tem problemas dentários.
Mladic foi internado para tratamento de pneumonia em outubro, e estava muito doente para comparecer a uma audiência preliminar em 10 de novembro.
"Um relatório completo sobre a saúde do acusado vai ajudar a Câmara na fase pré-julgamento para melhor avaliar se e em que medida a sua condição de saúde pode afetar a preparação do julgamento próximo", disse Alphons Orie, o juiz que preside a audiência, em um comunicado.
Os procuradores propuseram a divisão do processo contra Mladic em dois para acelerar a tramitação, mas o painel de juízes rejeitou o pedido.