O ex-comandante militar sérvio-bósnio Ratko Mladic, extraditado da Sérvia para a Holanda após ficar 16 anos foragido, será formalmente acusado de genocídio no tribunal de crimes de guerra da Organização das Nações Unidas na sexta-feira (3).
Juízes do Tribunal Criminal Internacional para a ex-Iugoslávia marcaram a primeira aparição de Mladic no tribunal para às 5h (horário de Brasília) da sexta-feira, quando ele será acusado e receberá um pedido para se declarar culpado ou inocente, segundo comunicado no site da corte.
Serge Brammertz, promotor do tribunal, disse em entrevista para a rádio austríaca ORF nesta quarta-feira que será feito todo o possível para evitar um julgamento lento. Vários julgamentos sobre crimes de guerra em Haia se arrastaram por anos.
Questionado quando tempo deve levar todo o processo, ele disse que isso depende de uma série de fatores, incluindo a saúde de Mladic ou se ele apontar uma equipe de defesa ou decidir ele mesmo se defender.
"É muito difícil dizer quanto tempo isso levará. O problema não será a promotoria, nós temos nossa peça de acusação atualizada pronta, será uma questão de quanto tempo a defesa precisará para preparar seu caso."
Mladic foi indiciado no tribunal há 16 anos por conta do cerco de 43 meses à capital bósnia Sarajevo e pelo massacre de 8 mil homens e meninos muçulmanos na cidade de Srebrenica, perto da fronteira com a Sérvia, durante a guerra da Bósnia entre 1992 e 1995.
Mladic, de 69 anos, foi levado para um centro de detenção nos arredores de Haia após chegar na noite de terça-feira ao aeroporto de Roterdã após chegar de Belgrado em um avião do governo sérvio.