Cerca de 300 manifestações foram convocadas no mundo nesta sexta-feira para pedir clemência para Troy David, condenado à morte nos Estados Unidos após um processo repleto de vícios jurídicos e cuja execução está fixada para a quarta-feira.

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Davis foi condenado à morte na Georgia (sudeste dos Estados Unidos) durante quase 20 anos depois de ter sido considerado culpado de matar o policial Mark MacPhail durante uma briga em 1989 na cidade de Savannah.

Desde que foi sentenciado, sete das nove testemunhas não policiais voltaram atrás em suas declarações, alegando coerção e intimidação por parte da polícia durante seus depoimentos, não existindo provas materiais que vinculem Davis ao crime.

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"Há muitas dúvidas nesse caso, esperamos que entendam a mensagem: temos certeza de não estamos executando um inocente?" - questionou Laura Moye, diretora da campanha pela abolição da pena de morte da Anistia Internacional.

O comitê de indultos da Geórgia deverá decidir na segunda-feira se comuta ou não a pena de morte de Davis para prisão perpétua. Esse comitê é composto por cinco membros e é necessária uma maioria simples para decidir o caso.

Uma petição com mais de 663.000 assinaturas foi entregue na quinta-feira ao comitê pedindo clemência a Davis, segundo seus defensores. Moye afirmou que as manifestações a favor do condenado começaram na madrugada de sexta-feira em Hong Kong e devem continuar durante todo o dia nos Estados Unidos, América Latina, Europa e particularmente na França, onde foi realizada uma dezena de eventos.

Em Paris, cerca de 150 pessoas, a maioria portando camisetas com um retrato de Davis, se reuniram à tarde atendendo ao chamado de várias organizações, entre elas a Anistia Internacional França, que arrecadou 20.000 assinaturas pedindo clemência.

Nos Estados Unidos, onde estão programadas treze concentrações em todo o país, o maior protesto está previsto para as 22h00 GMT em Atlanta, a menos de uma hora de carro da prisão na qual Davis aguarda sua execução com injeção letal.

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Esta manifestação será complementada com uma oração em uma igreja batista que foi o centro do movimento pelos direitos civis de Martin Luther King nos anos 1960.

Troy Davis, que passou quase a metade de seus 42 anos no corredor da morte na Geórgia, é apresentado por diversas personalidades como um negro inocente injustamente condenado à morte por matar um policial branco.

Foi apoiado por pessoas como o ex-presidente dos Estados Unidos Jimmy Carter, o papa Bento XVI e a atriz norte-americana Susan Sarandon.