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Derrota da oposição

Moção de censura contra governo socialista de Portugal é rejeitada

Prédio da Assembleia da República, sede do Legislativo de Portugal (Foto: José Manuel/Wikimedia Commons)

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O governo do primeiro-ministro António Costa superou nesta terça-feira (19) a moção de censura apresentada pela legenda de direita Chega, que desde o início estava condenada ao fracasso devido à maioria absoluta que os socialistas têm no Parlamento, em uma votação sem surpresas que expôs as tensões entre os partidos de direita de Portugal.

A moção recebeu apenas o apoio do próprio Chega – a terceira força do Parlamento português – e do Iniciativa Liberal, enquanto o líder da oposição conservadora, o PSD (centro-direita), se absteve e toda a esquerda votou contra.

Não houve surpresas na Assembleia da República, onde Costa já enfrentou com sucesso três moções de censura desde que iniciou seu terceiro mandato, em março de 2022. Caso aprovada, a medida levaria à destituição do governo.

Nesta terceira tentativa, a segunda do Chega, ficou mais uma vez claro que os partidos de direita ainda não conseguem se colocar de acordo.

O debate foi tenso, com contínuas queixas e protestos dos deputados de direita, que pediram uma “surra política” contra o governo para retirá-lo do poder.

Por sua vez, Costa avisou ao Chega que não iria aderir à sua “gritaria” e focou nas divergências da oposição, com um sorriso irônico cada vez que via surgir tensões entre os seus adversários.

“Se não se entendem sobre a censura ao governo a que se opõem, como vão se entender sobre como construir uma alternativa?”, questionou, acrescentando que o Chega apresentou a moção apenas para “desafiar” o resto da direita.

A falta de uma alternativa de direita tem sido um tema recorrente em Portugal este ano.

O presidente do país, o conservador Marcelo Rebelo de Sousa, declarou meses atrás que notava a maioria socialista “cansada”, mas que não via alternativa para considerar uma eventual dissolução do Parlamento.

O comentário foi recordado nesta terça-feira pelo líder do Chega, André Ventura.

“O que mais nos destrói o coração é saber que uma parte dessa alternativa prefere dormir com o Partido Socialista”, disse Ventura, em uma acusação ao PSD pela sua abstenção.

“Às vezes penso que devia liderar o Chega e o PSD ao mesmo tempo”, acrescentou.

O PSD, que há anos sofre com problemas de liderança e cujo atual presidente, Luís Montenegro, não pode participar desses debates por não ser deputado, defendeu-se através de Joaquim Miranda Sarmento, que justificou a abstenção da legenda: “Não somos o partido das moções, mas das soluções”.

Costa lidera o governo socialista de Portugal desde 2015 e está agora no seu terceiro mandato, o primeiro com maioria absoluta.

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