A poderosa Irmandade Muçulmana, um grupo islâmico moderado, liderava ontem a apuração da fase inicial das primeiras eleições parlamentares desde a queda do ditador Hosni Mubarak, em fevereiro. Os resultados finais da votação de segunda e terça-feira (primeiro round), que cobrem 9 das 27 províncias e que vão determinar cerca de 30% das 498 cadeiras da Câmara Baixa do Parlamento, serão divulgados hoje à noite. Um alto membro da Irmandade, Sobhi Saleh, que concorreu pela cidade de Alexandria, disse que o grupo já amealhou 50% dos votos e que "este porcentual vai ser maior".
Apesar disso, em províncias rurais, o principal partido ultraconservador islâmico salafis, que é mais linha-dura que a Irmandade, aparentemente obteve um bom resultado. Em outros locais, o principal grupo secular liberal teve um desempenho expressivo. Os próximos dois rounds da votação, que acaba em janeiro, vão cobrir as outras 18 províncias. Depois, o processo se repete até março para eleger a menos poderosa Câmara Alta.
O resultado preliminar foi divulgado ontem por juízes que supervisionam o processo eleitoral. Eles disseram que a Irmandade Muçulmana recebeu mais votos até agora, segundo contagens preliminares em Cairo, Alexandria, Luxor e Assiut. Cerca de 50% a 80% dos votos foram computados em várias províncias.
Os eleitores votavam três vezes, duas em candidatos individuais e uma em um partido ou bloco partidário. Os resultados preliminares mostravam também o fracasso de ex-membros do regime de Mubarak. Os resultados finais para a disputa pela Câmara dos Deputados serão publicados em 13 de janeiro, após outras regiões do país também votarem. Milhões de egípcios foram votar na segunda-feira e na terça-feira para eleger um novo Parlamento, em uma eleição que foi em geral considerada um sucesso.