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A população da Moldávia, uma ex-república soviética, aprovou num referendo neste domingo (20) a entrada do país na União Europeia (UE). O “sim” teve uma vantagem estreita, somando 50,46% dos votos válidos.
O referendo ocorreu em paralelo à eleição presidencial na Moldávia, na qual a atual presidente, Maia Sandu, e o ex-procurador-geral Alexsandr Stoianoglo avançaram para o segundo turno, que será realizado em 3 de novembro. Sandu teve 42% e seu principal adversário, 26%.
Na noite de domingo, Sandu, que fez campanha pelo “sim” no referendo europeu, afirmou que houve interferência estrangeira na votação e que as autoridades da Moldávia têm “evidências claras de que esses grupos criminosos pretendiam comprar 300 mil votos - uma fraude de escala sem precedentes”.
Na semana passada, uma reportagem da emissora americana CNN mostrou que uma rede ligada ao Kremlin, liderada pelo oligarca moldavo exilado Ilan Shor, pretendia comprar votos na Moldávia para influenciar os resultados do referendo sobre a entrada do país na UE, à qual a ditadura de Vladimir Putin se opõe.
Também houve acusações de que o Kremlin teria transportado eleitores de ônibus para votar na Embaixada da Moldávia em Moscou.
A Moldávia apresentou sua candidatura para entrar na UE em março de 2022, mês seguinte à invasão russa à Ucrânia, outra ex-república soviética.
Outra suspeita é que a interferência russa também influenciou na votação de Stoianoglo: o candidato é de um partido pró-Rússia e antes da eleição de domingo aparecia nas pesquisas com apenas 10% das intenções de voto.