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A Moldávia convocou o embaixador da Rússia nesta terça-feira (12) para apresentar uma nota de protesto após a abertura de vários colégios eleitorais na região separatista da Transnístria, antes das eleições presidenciais russas de 15 a 17 de março.
O embaixador Oleg Vasnetsov foi convocado à sede do Ministério das Relações Exteriores em Chisinau, segundo comunicado oficial. “Juntamente com a administração da Transnístria, foi tomada a decisão de abrir vários colégios eleitorais para as eleições à presidência russa”, disse o diplomata russo à imprensa ao deixar a sede do ministério na capital moldava.
Chisinau tinha alertado Moscou contra a abertura de colégios eleitorais na Transnístria sem a autorização das autoridades moldavas, que não aceitaram a realização da votação alegando que não controlam aquele território, razão pela qual não podem garantir a segurança do processo. Posteriormente, a embaixada de Moscou anunciou que os cidadãos que pretendam votar só poderão fazê-lo no colégio eleitoral instalado no consulado da capital moldava.
Vasnetsov disse que tanto a embaixada como o Ministério das Relações Exteriores da Rússia e a Comissão Eleitoral Central receberam “um grande número de solicitações” no sentido de garantir o direito de voto.
“A principal missão de qualquer legação diplomática é contribuir para a defesa dos direitos e interesses legítimos dos seus cidadãos”, afirmou Vasnetsov, segundo a agência de notícias TASS.
A imprensa da Transnístria noticiou planos de abertura de seis colégios eleitorais no domingo (10), embora as eleições presidenciais russas estejam marcadas entre 15 e 17 de março.
Segundo as autoridades da região separatista, cerca de 200 mil pessoas com passaportes russos vivem no território, quase metade da população da autoproclamada república.
Os deputados da Transnístria recorreram recentemente a Moscou para pedir ajuda face à crescente pressão que alegam sofrer da Moldávia, que apoia a Ucrânia na sua guerra com a Rússia.
"As pessoas que estão na Transnístria vivem em condições muito duras. É claro que precisam muito de ajuda. A Rússia está aberta a essa ajuda, mas preferimos até o último minuto resolver qualquer problema através do diálogo, do diálogo político", afirmou Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin.
Inicialmente, o apelo foi interpretado como um pedido de ajuda militar, mas as autoridades separatistas esclareceram que se tratava de um pedido de assistência estritamente política para reativar as negociações para resolver o conflito.
Em resposta, a Moldávia negou estar exercendo pressão sobre a região separatista. O Departamento de Estado dos Estados Unidos garantiu que está monitorando as ações da Rússia "muito de perto".
A Transnístria rompeu relações com a Moldávia após um sangrento conflito armado em 1992, no qual recebeu assistência militar russa.
A Moldávia exige a retirada das tropas russas da região, bem como do arsenal instalado ali desde os tempos soviéticos, estimado na época em cerca de 40 mil toneladas de armas e munições. (Com Agência EFE)