O presidente da Moldávia, Vladimir Voronin, acusou a vizinha Romênia de apoiar manifestantes anticomunistas que invadiram na terça-feira (7) seu escritório e o Parlamento, deixando dezenas de feridos e resultando na prisão de quase 200 pessoas. Os comentários de Voronin aumentaram as tensões entre os dois países, que se unem pelo idioma e pela história, mas que vêm seguindo rumos diferentes desde o colapso da União Soviética. A Romênia tem olhado para o Ocidente e tornou-se membro da União Europeia em 2007, enquanto o governo comunista da Moldávia possui laços mais fortes com a Rússia.
A polícia retomou o controle do Parlamento e do gabinete presidencial hoje, depois de os locais serem invadidos por manifestantes que afirmam que as eleições parlamentares do fim de semana foram fraudulentas. "A Romênia está por trás desses protestos e eventos na Moldávia", disse Voronin. Seu Partido Comunista, que está no poder desde 2001, venceu com cerca de 50% dos votos as eleições de domingo. Voronin declarou o embaixador romeno para a Moldávia, Filip Teodorescu, "persona non grata" e disse que planeja impor a necessidade de visto para cidadãos romenos entrarem no país.
Em um comunicado, o Ministério das Relações Exteriores da Romênia afirmou que rejeita categoricamente as acusações de que o país esteja envolvido nos protestos. "É inaceitável que autoridades comunistas transfiram para a Romênia a responsabilidade por seus problemas internos." Autoridades da Moldávia estão preocupadas sobre o que consideram uma crescente influência da Romênia no país. A Moldávia foi parte da Romênia até 1940. Cerca de dois terços dos moldávios são de etnia romena e falam uma língua praticamente idêntica. Os demais moldávios são de etnia russa e ucraniana.