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Manifestante exibe caricatura de Assad como vampiro, em Amã | Ali Jarekji/Reuters
Manifestante exibe caricatura de Assad como vampiro, em Amã| Foto: Ali Jarekji/Reuters

Apoio ao regime

Grupo liderado por China e Rússia descarta intervenção militar

A Organização de Cooperação de Xangai (SCO, na sigla em inglês) reiterou sua oposição a intervenções militares internacionais na Síria e no Irã durante o encerramento de sua cúpula, que aconteceu em Pequim.

Em seu comunicado final, a SCO – que é liderada pela Rússia e pela China, países que já demonstraram individualmente a mesma inclinação – declarou que é preciso cessar a violência na Síria, independentemente da sua origem, e é necessário encontrar uma solução pacífica para o conflito pelo diálogo político.

Quanto ao Irã, acusado pelos EUA e por Israel de desenvolver armas nucleares, a SCO afirmou que o uso da força no país seria inaceitável e poderia trazer "consequências imprevisíveis, ameaçando a estabilidade e a segurança mundial".

O presidente russo, Vladimir Putin, declarou que o povo iraniano "tem direito ao acesso a tecnologias modernas, como o uso pacífico da energia atômica".

O primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, também se posicionou dizendo que Pequim se opõe à aquisição, por qualquer país do Oriente Médio, de armas nucleares.

Observadores da ONU foram impedidos pelo regime sírio de visitar uma aldeia no centro do país onde pelo menos 78 pessoas foram mortas na quarta-feira, segundo relatos da oposição.

Comboios da ONU foram parados em barreiras militares e orientados a dar meia-volta, afirmou o general Ro­­ bert Mood, chefe da missão de observadores na Síria.

Mais tarde, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse que os monitores, que não carregam armas, também foram alvos de tiros. Nenhum dos observadores foi ferido, mas um dos carros, atingido.

Ban condenou o novo massacre como uma barbárie inominável e deu a entender que as informações iniciais apontam para uma ação de tropas do regime.

"Uma aldeia aparentemente cercada pelas forças sírias. Corpos de civis prostrados onde estavam, baleados. Alguns supostamente queimados e retalhados com facas", descreveu o dirigente da ONU. "Reforçamos nossa determinação de levar os responsáveis a prestar contas", afirmou Ban Ki-moon.

Série de ataques

Caso confirmado, o massacre em Mazraat al-Qaber, na província de Hama, será o quarto atribuído às forças do governo nas últimas duas semanas. Vídeos postados por ativistas mostram corpos de mulheres e crianças com marcas de tiros e facadas em casas incendiadas.

As restrições impostas pelo regime do ditador Bashar Assad à imprensa e aos monitores da ONU tornam difícil comprovar os relatos.

Segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos, a aldeia foi alvo de artilharia pesada dos tanques sírios. Em seguida foi invadida pelas milícias do regime conhecidas como shabbiha (fantasma, em árabe), que teriam massacrado dezenas de civis, incluindo crianças.

O número de mortos relatado por grupos de oposição varia de 78 a 140.

No dia 25, 108 pessoas foram mortas em Houla, também na região central, entre elas, 49 crianças. A ONU viu sinais de execução sumária praticadas pelas shabbiha.

Assim como em episódios anteriores, o regime negou participação no massacre. Se­­gundo a tevê estatal, grupos terroristas cometeram crimes hediondos em Hama, que deixaram nove mortos.

A secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, culpou o regime pelo mais recente massacre e disse que Assad tem que deixar o poder.

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