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Eleições 2008

Montado cenário pré-eleitoral dos EUA

Em cima, uma mulher agita seu cabelo. Em baixo, o computador recria o movimento | Reprodução - G1
Em cima, uma mulher agita seu cabelo. Em baixo, o computador recria o movimento (Foto: Reprodução - G1)

Curitiba – Ainda faltam 20 meses para a eleição que vai escolher o substituto de George W. Bush na Casa Branca, mas a briga para se tornar "a pessoa mais poderosa do mundo" domina o noticiário norte-americano. Para se ter uma idéia de quão prematura anda a atual campanha, nesta mesma época nas últimas eleições, em janeiro de 2003, John Kerry, o nome posteriormente escolhido como candidato pelo Partido Democrata, era apenas o terceiro nas pesquisas para vencer a indicação do partido e outros que estavam abaixo dele ainda assumiriam a liderança antes de Kerry finalmente vencer a nomeação.

Claro, portanto, que o cenário atual ainda pode se transformar completamente, mas alguns fatores motivaram o início precoce da disputa para 2008: 1) as principais figuras da política dos EUA no momento – Hillary Clinton, Rudolph Giuliani, Barack Obama –, já entraram no jogo. Na dúvida entre esperar o desgaste dos candidatos e não conseguir mais alcançar um dos concorrentes, muitos prefiriram lançar seus nomes ao público; 2) será a primeira vez em 82 anos que a eleição não terá um candidato incumbente, ou seja, nem o presidente nem o vice irão se candidatar; 3) com todos os problemas enfrentados no Iraque, há uma sensação de abandono ao governo Bush; 4) para vencer as primárias, o candidato terá de arrecadar muito, muito dinheiro.

Do lado democrata, pelo menos dois paradigmas importantes podem ser quebrados: a primeira presidente mulher, Hillary Clinton, e o primeiro presidente negro, Barack Obama. O sonho dos democratas é que ambos saiam na mesma chapa. "Hillary e Obama juntos seria o dream team", diz o norte-americano David Fleischer, cientista político da Universidade de Brasília. "Isso já aconteceu antes, em 1960, quando teve uma briga feia pela indicação entre Kennedy e Johnson. Johnson perdeu e resolveu sair de vice na chapa." Correm por fora o candidato a vice-presidência na chapa de John Kerry em 2004, John Edwards, e Al Gore, que, após a bênção de Hollywood, pode voltar atrás na sua promessa de não concorrer à Presidência.

Entre os republicanos, Rudolph Giuliani, o "prefeito da América", aparece liderando as intenções de voto e desafiando os dogmas da direita americana. Posicionado mais ao centro do espectro político, defensor do aborto e dos direitos gays, Giuliani é visto como uma ovelha negra por muitos conservadores. Para especialistas, sem o apoio da ala cristã radical, sua candidatura pode não ir muito longe. "Essa ala, da direita religiosa, ainda está sem um candidato forte, está órfã de pai e mãe", diz Fleischer.

O senador pelo estado do Arizona John McCain, que concorreu pela indicação do partido em 2000, contra Bush, é o segundo nas atuais pesquisas. McCain é a favor do envio de mais tropas ao Iraque, uma posição considerada cada vez menos popular entre a opinião pública americana, além de também ser mais bem visto pela porção libertária do partido do que pelos religiosos fundamentalistas. Newt Gingrich, ex-presidente da Câmara dos Representantes, e Mitt Romney, ex-governador de Massachusset, são os outros dois nomes na disputa do Partido Republicano.

Oficialmente, as convenções dos dois partidos estão marcadas para o fim de agosto e começo de setembro de 2008. Antes disso, em fevereiro, na chamada Super Tuesday (Super Terça), quando os principais estados realizarem suas primárias, os candidatos de cada partido devem ser conhecidos.

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