Especula-se que Monti poderá apresentar recomendações administrativas ao próximo governo, apoiar uma aliança centrista ou até anunciar-se como candidato| Foto: REUTERS/Tony Gentile

O primeiro-ministro da Itália, Mario Monti, apresentou nesta sexta-feira (21) sua demissão ao presidente do país, após 13 meses no cargo, abrindo caminho para uma eleição nacional cercada por incertezas, em fevereiro.

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O ex-comissário (ministro) europeu, nomeado para comandar um governo não-eleito que salvasse a Itália de uma crise financeira, evitou falar sobre seu futuro político, mas há grande pressão para que ele concorra a um novo mandato.

O presidente Giorgio Napolitano deve dissolver o Parlamento nos próximos dias, e já sinalizou que 24 de fevereiro é a data mais provável para uma eleição. Monti continuará como premiê interino.

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Líderes europeus como a chanceler alemã, Angela Merkel, e o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, já pediram que as reformas econômicas de Monti sejam mantidas, mas os dois principais partidos da Itália disseram que ele não deveria tentar se manter no cargo.

Monti, que entregou a renúncia durante uma rápida reunião no palácio presidencial, logo depois da aprovação parlamentar ao orçamento do governo de 2013, concederá entrevista coletiva no domingo, quando deve anunciar seus planos.

Especula-se que ele poderá apresentar recomendações administrativas para o próximo governo, apoiar uma aliança centrista comprometida com sua agenda reformista, ou até mesmo anunciar-se como candidato.

Os italianos comuns estão fartos dos repetidos aumentos tributários e cortes de gastos públicos, e as pesquisas sugerem que Monti dificilmente conseguiria um novo mandato. Uma pesquisa nesta semana revelou que 61 por cento dos eleitores acham que ele não deveria concorrer.

Esperada

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A renúncia de Monti já era esperada desde que o partido Povo da Liberdade, do ex-premiê conservador Silvio Berlusconi, retirou seu apoio a Monti, no começo do mês.

As pesquisas indicam o favoritismo do Partido Democrático (PD), de centro-esquerda, que prometeu manter as metas de redução do déficit acertadas por Monti com a União Europeia, mas dando mais ênfase a iniciativas de estímulo ao crescimento.

Outra incerteza na disputa eleitoral diz respeito à participação de Berlusconi, que depois de atacar duramente as políticas de Monti, acusando-as de serem ditadas pela Alemanha, anunciou que estaria disposto a não se candidatar caso o atual premiê se apresente.