MADRI - Um monumento em memória das vítimas dos atentados terroristas de 11 de março de 2004 foi inaugurado neste domingo (11) pelo rei Juan Carlos perto da estação madrilenha de Atocha, exatamente três anos depois da mais sangrenta ação terrorista já realizada na Espanha.
O monumento translúcido (foto) de 11 metros de altura em forma de cúpula cilíndrica e composto de peças de vidro foi inaugurado pelo rei da Espanha na presença da rainha Sofia, do chefe do governo José Luis Rodriguez Zapatero, de vários ministros e de parentes de vítimas.
Dois buquês de flores foram colocados diante do monumento futurista, localizado na praça diante da estação de Atocha, para onde convergiam os quatro trens suburbanos destruídos pelas bombas que mataram 191 pessoas.
Três minutos de silêncio foram observados. Não houve discurso.
Dentro do monumento, realizado pelo jovem escritório de arquitetos espanhol FAM, foi gravada uma parte das milhares de mensagens que os habitantes de Madri colocaram na estação nos dias que seguiram a tragédia.
A inauguração do monumento acontece quase um mês depois do início do julgamento dos 29 supostos autores e cúmplices dos atentados. O processo, no qual os sete principais acusados podem ser condenados a uma pena acumulada recorde de 270.600 anos de prisão (na prática, um mínimo de 40 anos), deve acabar em junho ou julho deste ano.
Vítimas
Três anos depois do pior massacre terrorista na Espanha, mais de cem vítimas ainda precisam de tratamento médico e 68 de tratamento psiquiátrico. Uma jovem permanece em coma.
Jesús Ramírez, membro da Associação 11-M Afetados pelo Terrorismo, disse que as vítimas ainda tentam "recuperar-se e superar o maldito atentado".
Segundo dados da Associação e da secretaria de Saúde do governo regional de Madri, há 111 vítimas que precisam de tratamento médico -principalmente para problemas de traumatologia, cirurgia plástica, oftalmologia e neurocirurgia- e 68 de psiquiátrico, além de uma jovem, chamada Laura, que permanece em coma desde então.
Das 68 pessoas que precisam de tratamento psiquiátrico, cinco são menores de 18 anos.
Segundo os centros de Saúde Mental da comunidade autônoma de Madri, desde o início do serviço especial aos afetados pelo 11 de Março foram realizadas um total de 3.243 consultas (número que equivaleria ao de pacientes atendidos), e 17.740 consultas de revisão sucessivas, 60% feito por mulheres.
Das 191 vítimas, 51 eram estrangeiras vindas, em sua maioria, da Romênia, Equador, Bulgária, Peru e Polônia. Além disso, morreram cidadãos de Guiné-Bissau, Brasil, Filipinas, Chile, Cuba e França.
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