O presidente da Bolívia, Evo Morales, afirmou nesta segunda-feira (12) durante uma entrevista coletiva em Viena, na Áustria, que os Estados Unidos utilizam a luta contra as drogas como uma ferramenta geopolítica.
"Infelizmente, os EUA usam a luta contra o narcotráfico a partir de um ponto de vista geopolítico, por interesses geopolíticos", disse o presidente ao ser perguntado sobre um recente relatório do Departamento de Estado americano que afirmou que a política antidrogas de La Paz tinha fracassado.
Morales reclamou que o "Departamento de Estado americano sempre desqualifica os avanços na luta contra o narcotráfico".
Já as Nações Unidas, ressaltou o chefe de estado, "reconhecem os avanços na luta contra o narcotráfico e a redução da área de cultivo de coca".
Morales explicou que o Departamento Americano Antidroga (DEA) foi expulso da Bolívia pois tentava influenciar a política interna do país.
O presidente disse que o DEA operava no país apenas para perseguir "políticos e dirigentes sindicais antiimperialistas. Por isso expulsamos a DEA".
Morales denunciou que os países antiimperialistas da América Latina são acusados pelos EUA de serem terroristas, autoritários e de abrigarem narcotraficantes.
O líder boliviano discursou hoje na Comissão de Entorpecentes da ONU para solicitar a descriminalização em seu país da folha de coca para usos tradicionais e medicinais, ao mesmo tempo em que reafirmou a luta da Bolívia contra o narcotráfico.
Evo Morales voltará para La Paz na noite desta segunda-feira, após uma ampla agenda em Viena, que inclui uma reunião com o presidente da Áustria, Heinz Fischer.
A Bolívia é o terceiro maior produtor de coca do mundo, após a Colômbia e o Peru, com 31 mil hectares de área cultivada, dos quais 12 mil são áreas legais destinadas ao uso tradicional.
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