Após Toyota, GM cogita deixar a Venezuela por falta de dólar

São José dos Campos – O presidente da GM do Brasil e do Mercosul, Ray Young, disse ontem que existe o risco de, no futuro, a multinacional encerrar as suas atividades na Venezuela caso o governo do presidente Hugo Chávez continue a limitar a compra de dólares no país.

"Sempre há um risco. Se nós não conseguimos dólares, não podemos comprar peças e os kits desmontados’’, disse Young, durante visita à fábrica da GM em São José dos Campos (SP), onde esteve para oficializar uma doação em dinheiro a uma entidade que auxilia crianças com câncer.

Esta é a segunda vez que uma montadora declara a possibilidade de fechar as portas na Venezuela. Na última terça-feira, o gerente de vendas e marketing da Toyota naquele país, Enrique Pinochet, afirmou que a empresa poderá suspender os trabalhos já na semana que vem.

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La Paz – O presidente da Bolívia, Evo Morales, ameaça expulsar do país a Shell e a Prisma International, que controlam a Transredes (responsável por parte do transporte do gás ao Brasil), se for comprovado que a empresa fechou dutos de fornecimento de combustível durante os enfrentamentos do último sábado em Camiri (Província de Santa Cruz).

"Dei instruções ao ministro dos Hidrocarbonetos (Carlos Villegas) para que seja dado um ultimato. Estamos investigando e se for provado que houve sabotagem, não tenho medo, minha mão não tremerá para expulsar a empresa que sabota e conspira contra o governo, contra a economia nacional", disse Morales.

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Os dutos fechados fornecem combustível às cidades de Santa Cruz, La Paz, Chuquisaca e Potosí.

Segundo a agência ABI, Morales foi informado de que a Transredes teria fechado as válvulas dos dutos na sexta-feira, horas antes de manifestantes de Camiri terem invadido as instalações da empresa. Forças combinadas do Exército e da polícia retomaram o controle do local nas primeiras horas do sábado. Houve relatos de trocas de tiros com civis e a operação de retomada deixou ao menos sete feridos – cinco civis e dois policiais.

O porta-voz da presidência, Álex Contreras, disse, no entanto, que a polícia e o exército só fizeram uso de gás lacrimogêneo e balas de borracha.

Morales disse também que está sob investigação a atuação dos seguranças das instalações, que teriam negligenciado a vigilância do local, sem tomar as medidas necessárias para impedir a invasão do local.

O presidente boliviano afirmou ainda ainda que, depois de retomado o controle, foi solicitado à Transredes que restabelecesse o abastecimento, mas a empresa teria apresentado pretextos para atrasar o serviço – os técnicos teriam alegado primeiro que havia cheiro de gás e que havia ainda risco de explosão, e depois que outras estações de abastecimento não estavam sob controle.

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