Incomodado com o segundo problema na emissão de vistos para funcionários de seu governo entrarem nos Estados Unidos, o presidente Evo Morales disse nesta sexta-feira que também rejeitará a entrada de cidadãos americanos na Bolívia.
Falando em uma reunião de parlamentares indígenas latino-americanos, Morales protestou pelo fato de um de seus vice-ministros não poder realizar uma missão oficial em Washington, nesta semana, porque o consulado dos EUA lhe negou o visto sem dar explicações.
- Por favor, peço ao embaixador (dos Estados Unidos) que nos forneça a lista de deputados, senadores, ministros e vice-ministros que não têm visto, assim evitaremos problemas - ironizou o presidente indígena - Mas, no momento em que me dêem a lista de quem não tem visto, eu também passarei ao embaixador dos Estados Unidos a lista de quais americanos não têm visto para a Bolívia. Trata-se de defender a dignidade dos nossos povos.
Em fevereiro, Morales já havia reclamado dos EUA por não concederem visto à senadora e dirigente cocaleira Leonilda Zurita, principal colaboradora sindical do presidente boliviano. Na época, ela foi acusada de vínculos com terroristas.
Na quinta-feira, o governo boliviano informou que o consulado americano também negou visto ao vice-ministro de Serviços Básicos, René Orellana.
O presidente fez suas declarações pouco depois de o embaixador dos EUA em La Paz, David Greenlee, tentar minimizar o ato, afirmando que o incidente com Orellana não tinha caráter político.
- É um assunto administrativo, não um sinal político. Temos de averiguar por que nosso sistema eletrônico rejeitou o pedido. Pode haver uma explicação muito fácil, pode ser uma confusão - disse o diplomata à rádio Fides.
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