O presidente da Bolívia, Evo Morales, começou a delinear nesta segunda-feira seu segundo governo, que se inicia em janeiro, embora continuasse lenta a contagem oficial dos votos da eleição do dia anterior. Segundo números extra-oficiais, Morales foi reeleito por ampla maioria.
O segundo mandato, que começa formalmente em 24 de janeiro, imporá ao líder indígena o desafio de atrair grandes investimentos estrangeiros para megaprojetos nos setores de energia e mineração com os quais pretende colocar o empobrecido país no caminho da industrialização.
Morales convocou na segunda-feira uma reunião ampla de governo -- com ministros, vice-ministros, diretores de empresas públicas e legisladores eleitos -- para "definir prioridades imediatas e medidas de ação", disse a jornalistas o ministro do Planejamento, Noel Aguirre.
As cadeias privadas de televisão estimaram que, nas eleições de domingo, Morales foi reeleito com 63 por cento dos votos e ao mesmo tempo ganhou ao menos dois terços de cada uma das câmaras legislativas, o que lhe dará amplo poder para acelerar as reformas indigenistas e socialistas.
Aguirre disse que na reunião pós-eleitoral, que seria realizada na tarde de segunda-feira num hotel à beira do lago Titicaca, "serão analisadas medidas para garantir a execução do programa de governo proposto aos eleitores, a fim de aprofundar a revolução."
"Há dois temas capitais que o governo deve cumprir: a industrialização, para que deixemos de produzir e exportar só matérias-primas como hidrocarbonetos e minérios, e a justiça social, que se resume numa luta frontal contra a pobreza", afirmou.
Morales, que iniciou seu primeiro mandato em janeiro de 2006, leva adiante um processo de "refundação" da Bolívia, que abrangeu uma vasta nacionalização da economia e a aprovação de uma nova Constituição que amplia o poder político dos povos indígenas.
O principal rival de Morales nas eleições de domingo, o ex-prefeito regional direitista Manfred Reyes Villa, ficou atrás com ao menos 35 pontos percentuais de diferença, segundo as projeções dos meios de comunicação locais.
Sobre a contagem oficial, a Corte Nacional Eleitoral disse que esperar relatar até terça-feira ao menos 80 por cento das mesas de votação.
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